Espanha quer subir idade da reforma para os 72 anos com sistema de incentivos e penalizações
A idade média da reforma na União Europeia está estabelecida nos 65 anos, embora com números diferentes de país para país: a Dinamarca estabeleceu-se nos 67 anos, ao passo que em França encontra-se nos 63 anos e dois meses. Portugal tem como referência 66 anos e quatro meses.
Em causa, de acordo com o jornal espanhol ‘El País’, está a intenção em Espanha de estabelecer um sistema de incentivos e penalizações que vai fazer avançar a idade legal de reforma entre os 68 e 72 anos. No país vizinho, caso um trabalhador tenha contribuído durante mais de 37 anos e 9 meses, baixa a idade da reforma para os 65 anos. Até 2027, a idade legal vai chegar aos 67 anos e a exigência de contribuição aos 65 anos com 100% da pensão será de 38 anos e seis meses.
De acordo com dados do Centro Finlandês de Pensões, em vários países da Europa a idade da reforma é mais precoce nas mulheres do que nos homens: mas como as idades legais estão a ser adiadas, há uma tendência para igualá-las. Vários países já registaram a intenção de subir a idade da reforma perante a evolução da expectativa de vida, o que tende a adiar a reforma: Dinamarca, Países Baixos, Grécia, Itália, Portugal, Estónia, Finlândia, Chéquia, Chipre ou Suécia são alguns deles, referiu o jornal espanhol.
No caso dos Estados Unidos, um trabalhador que queira recolher 100% da pensão a que teria direito deve permanecer ativo até os 66 anos e 4 meses, idade que aumentará para 67 anos. De todos os países analisados, a Rússia é aquele com as reformas mais precoces, embora também tenha marcado um progressivo atraso nas mesmas. Em 2023, a idade legal para as mulheres russas é de 56 anos e 6 meses, enquanto para os homens é de 61 anos e 6 meses. O objetivo de Moscovo é atrasar a data das mulheres para 60 anos e a dos homens para 65.
Igualmente variável é a ‘generosidade’ das pensões públicas, segundo dados internacionais da taxa de reposição, a percentagem que representa o que se recebe como reforma em relação ao que recebia quando estava na vida ativa. Portugal está em destaque no estudo, com 90% de taxa de reposição, no 5º posto no conjunto de países analisados, apenas superado pela Turquia, Brasil, Hungria e China.