
Espanha e Itália enviam carta a Bruxelas a pedir reabertura de fronteiras coordenada
Os chefe dos governos espanhol e italiano querem fechar as pontas soltas sobre a reabertura das fronteiras na União Europeia e, por isso, enviaram uma carta a Bruxelas onde pedem critérios claros para uma resposta «gradual» e coordenada entre todos os países europeus, avança o jornal “El Economista”.
Na missiva, submetida à presidente do executivo comunitário, Ursula Von der Leyen, Pedro Sanchéz e Giuseppe Conte solicitam à União Europeia que estabeleça um conjunto de critérios «comuns, claros e transparentes» para o levantamento das restrições fronteiriças, aplicadas devido à crise sanitária. Já o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças terá de ter uma palavra a dar, propõem os primeiros-ministros de dois dos países mais afectados pela crise sanitária.
«Já é tempo de começar a pensar sobre a reactivação das nossas economias e retomar a normalidade”, afirmam os primeiros-ministros», defendem. No entanto, deixam o recado: «Será de importância vital que todos os Estados-membros se comprometam a partilhar a informação necessária com as autoridades europeias».
Quanto à gestão das fronteiras externas, Sanchéz e Conte exigem que tal seja feito através de um processo «gradual e coordenado», baseado numa série de critérios, tais como o risco de contágio pelo novo coronavírus. «É essencial que os transportes se façam reger pelos mesmos protocolos de segurança sanitária e acordados por todos, que serão particularmente relevantes para que as medidas de segurança sanitária nas fronteiras sejam comuns», sublinhou um porta-voz do chefe do Executivo espanhol, citado pelo “El Economista”.
Recorde-se que, na quinta-feira, a ministra espanhola da Indústria, Turismo e Comércio, Reyes Maroto, avançou que no próximo dia 22 de Junho, quando terminar o estado de emergência em Espanha, seriam eliminadas as restrições à mobilidade dos residentes e ao trânsito terrestre com Portugal e França. Mais tarde, o Governo espanhol veio esclarecer que será a partir de 1 de Julho e não a 22 de Junho.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros de ontem, o primeiro-ministro português, António Costa, a situação está esclarecida. «É verdade que nas últimas semanas houve, em alguns ministérios sectoriais de Espanha, alguns anúncios unilaterais, que aliás hoje já foram desmentidos por parte de Espanha e, portanto, a fronteira terrestre manter-se-á fechada até 31 de Junho», vincou.