Ensino à distância: Alunos sem computador obrigados a ir à escola
Esta segunda-feira é de dia de regresso às aulas (à distância) para 1,6 milhões de alunos em Portugal, contudo ainda há 360 mil que não têm equipamentos necessários, nomeadamente computador, e são obrigados a ir à escola para ter aulas presenciais, ou aceder às aulas online, avança o ‘Correio da Manhã’ (CM).
Bruno de 11 anos é um exemplo deste facto. O aluno do 5º ano da Escola Básica do Viso, no Porto, é uma criança de risco devido à obesidade e vive com os avós, também eles com problemas de saúde.
«Estou em pânico. Fui informada na quinta-feira que o meu filho teria aulas presenciais na segunda. Não queria, mas tenho de o mandar sob pena de ter problemas com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ)», afirmou a mãe do aluno, Márcia Santos, citada pelo ‘CM’.
A mãe mostra-se indignada com a situação e defende um adiamento da retoma da atividade letiva, em casos como este. «Ele vai estar com 11 colegas, 10 professoras e funcionários, vai comer lá. Isto não faz sentido. Se ainda não há computadores, que se adie o início das aulas», apela.
Rui Martins, da Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação (Cnipe), revela ao jornal que «há pais que estão a recusar enviar os filhos às escolas por recear o contágio mas sujeitam-se às consequências», refere.
Os diretores escolares têm indicação do Ministério da Educação para reportar às CPCJ os alunos que faltam. «As escolas têm de garantir que ninguém fica para trás», alerta o responsável garantindo que os casos em que não estejam reunidas as condições necessárias para o ensino online, serão denunciados.