Ensaio. Dacia Jogger: 7 somos demais?
Por Jorge Farromba
Ao longo dos anos fui passando por várias fases. Houve momentos nesta área automóvel que adorava o Opel Zafira, a Renault Espace e o foco eram serem monovolumes e terem 7 lugares. Não sei se era também uma questão cultural, mas tinha sempre em mente “quando precisar de lugares tenho sempre carro para isso”. A idade veio trazer alguma racionalidade a este pensamento e hoje, pretendo automóveis práticos e simples. Os monovolumes também já desapareceram e a moda são estes SUV que, no caso em apreço querem aliar o conceito carrinha ao SUV.
O Dacia Duster é um exemplo de praticidade e simplicidade. Mas o foco deste ensaio não é o Duster mas o seu irmão – Jogger, na pele Extreme – ou seja, um prático SUV 7 lugares.
E o artigo podia terminar por aqui. O Jogger é mesmo isto! Serve aquele público que necessita de 7 lugares mas não se preocupa em demasia com questões como o estatuto, a quantidade de plásticos moles no habitáculo. Pretende sim um automóvel para a sua família numerosa e que, ao mesmo tempo, seja prático, simples e, se possível ao menor preço do mercado. E o Jogger cumpre os requisitos.
Fruto das sinergias do grupo, o Jogger “carrega” muitos dos componentes do grupo, o que lhe permite reduzir custos.
Esteticamente, não me canso de o referir; os Dacia têm algo no seu design que cativa. O Jogger nesta atualização ficou mais “bonito”, mais moderno, esteticamente “mais robusto” e agradável. O interior partilha muitos componentes Renault mas é na sua simplicidade que o Dacia se move. É aquele veículo que tanto serve para a cidade como para um evento formal. No pós-pandemia encaixa que nem uma luva.
E, em estrada?
Tirando o facto do tamanho ser factualmente maior e, com isso, termos de ter atenção em certas manobras – que os sensores, seja de estacionamento, a câmara traseira, sensor de ângulo morto, sensores de estacionamento – atenuam; o Jogger conduz-se com praticidade. Serve o propósito. É confortável, o comportamento muito interessante.
Em nenhum momento senti desconforto ou necessidade de algo mais. Neste segmento e para o fim a que se destina, está ótimo. OK, não tem o extensor do apoio de braços, o banco não regula eletricamente (mas é aquecido), o motor é o suficiente com os seus 110cv – embora aqui preferisse uma caixa automática, em detrimento da de 6 velocidades manual e os consumos são de 6,2 litros.
Os Renault e Dacia têm algo que para mim é tao simples quanto inteligente. Páro o carro e o travão aciona. Saio do carro e ele tranca-se automaticamente. Tão simples, e o processo inverso é idêntico. Para quê complicar?
Na viagem que fiz para o Algarve notei que o Jogger é simples e prático. Se optar pelo modo de condução ECO, o motor perde fulgor e tenho de recorrer à caixa de 6 velocidades, daí a minha opção por caixas automáticas. Não é ruidoso. É confortável e seguro.
O que preciso mais? Dos 7 lugares. OK, eles estão lá e servem para isso mesmo.
Preço a partir de 17.000€
Versão Extreme 22.100€