Enfermeiros do setor privado começam hoje dois dias de greve e protestos de norte a sul do país. Saiba quais os distritos afetados

A partir de hoje, os enfermeiros das instituições representadas pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) iniciam uma nova série de greves e protestos em várias regiões do país. A ação visa reivindicar a implementação de um Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) que assegure melhores condições laborais e salariais.

A greve de hoje abrange os enfermeiros dos distritos de Santarém, Lisboa, Setúbal, Portalegre, Évora, Beja e Faro. Estes profissionais irão concentrar-se às 10:30 junto à sede da APHP, na Avenida Luís Bívar, em Lisboa.

Amanhã, 10 de julho, a greve será realizada pelos enfermeiros dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Leiria e Coimbra. A concentração está marcada para as 10:30 junto ao Hospital CUF Porto, na Estrada da Circunvalação.

Os enfermeiros do setor privado estão determinados em lutar por um CCT que garanta horários regulados, uma carga horária de 35 horas semanais, aumento dos salários, melhoria dos valores das horas penosas e compensação adequada pelo trabalho por turnos. A adesão à greve de 24 de maio demonstrou a determinação destes profissionais em alcançar estas melhorias.

Em vez de reconhecerem a importância de avançar com o processo negocial, alguns grupos privados têm recorrido à desinformação e a comportamentos considerados intimidatórios, numa tentativa de desmobilizar os enfermeiros. Este comportamento motivou uma resposta firme por parte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

“O comportamento intimidatório por parte de alguns grupos privados terá a devida intervenção por parte do SEP”, afirmou um representante do sindicato. “Continuamos a lutar com firmeza e confiança, em prol de melhorarmos o CCT e, com ele, garantirmos melhores condições de trabalho e remuneratórias para todos os enfermeiros.”

Histórico de Mobilização

A mobilização e a luta dos enfermeiros têm sido essenciais para travar a implementação das propostas apresentadas pela APHP, que os profissionais consideram inaceitáveis. A determinação demonstrada na greve de 24 de maio mostrou que os enfermeiros do setor privado estão unidos e comprometidos em garantir um CCT justo e equitativo.

Os protestos e greves desta semana representam uma continuação da luta dos enfermeiros por condições de trabalho dignas e justas. A expectativa é de que estas ações aumentem a pressão sobre a APHP para que inicie um processo negocial sério e produtivo, que leve em consideração as reivindicações dos profissionais de saúde.