Empresas estão a errar no retorno aos escritórios. Esta é a fórmula para evitar confusão e garantir que tudo corre bem

Nos últimos meses, várias grandes empresas têm demonstrado como não fazer o retorno ao escritório (RTO, na sigla em inglês).

Funcionários da AT&T, ao chegarem para o seu primeiro dia, tiveram dificuldades em encontrar lugar para estacionar ou uma cadeira para se sentar. As planificações da Amazon para o RTO sofreram atrasos em mais de 40 locais devido à falta de espaços de trabalho suficientes. Quando o JPMorgan anunciou que os colaboradores teriam de voltar ao escritório até março, os funcionários reagiram nas redes internas, com a empresa a fechar rapidamente os comentários. Estes são alguns casos relatados pela ‘Inc.’.

Mas como podem as empresas acertar no RTO?

Segundo Dan Kaplan, consultor da Korn Ferry, as empresas que falham no RTO são aquelas que avançam de forma precipitada e fazem da cultura empresarial um aspeto secundário. Muitas vezes, não se preocupam em “justificar o esforço da deslocação” para o escritório. “Se vamos obrigar as pessoas a voltar, o que lhes podemos oferecer que não têm em casa?”, questiona Kaplan. Em casa, os colaboradores desfrutam de maior liberdade: podem vestir-se de forma descontraída, passear com o cão, ir ao ginásio ou fazer refeições no conforto da cozinha. Contudo, há aspetos que o trabalho remoto não substitui, como as interações sociais, o tempo cara a cara com os líderes e a mentoria, aspetos que devem ser proporcionados no escritório.

Para um retorno bem-sucedido, é essencial que as empresas preparem o ambiente de trabalho adequadamente. Kaplan destaca três pontos cruciais: primeiro, os líderes devem estar presentes; segundo, o ambiente precisa ser energizante e permitir que os funcionários socializem facilmente; e, finalmente, deve haver espaço suficiente e o tipo certo de espaços de trabalho. Se os colaboradores chegarem ao escritório e não houver mesas suficientes, os espaços não estiverem limpos ou tiverem de esperar por uma sala de conferências, questionarão o motivo de terem de voltar.

Enquanto as grandes empresas podem não ter a flexibilidade para negociar com os colaboradores, as pequenas empresas, como a MoviePass, têm uma vantagem, revela a mesma fonte. Stacy Spikes, fundador da MoviePass, negociou o retorno ao escritório com a sua equipa, oferecendo um compromisso: se a experiência não fosse positiva, a empresa voltaria ao trabalho remoto. Embora este tipo de acordo não seja viável em grandes corporações, nas pequenas empresas, a negociação democrática é possível e eficaz.

Em resumo, a chave para um retorno ao escritório bem-sucedido passa por um planeamento antecipado, uma gestão empática e uma cultura empresarial que valorize o equilíbrio entre o trabalho remoto e o trabalho no escritório.