Empresas centenárias: As empresas mais antigas do mundo (em quase todos os países)
Por: Elizabeth Segran, Fast Company
Uma série de mapas publicados pela publicação britânica Business Financing apresenta as empresas mais antigas ainda em actividade em cada país. A organização realizou a sua própria investigação e não trabalhou com historiadores profissionais ou instituições académicas, pelo que as suas conclusões devem ser consideradas com cautela.
Mas, no sentido mais lato, oferecem um vislumbre dos sectores que ajudaram a moldar a economia de cada país. Em muitos casos, revelam também os aspectos mais obscuros da história, uma vez que as nações acumularam riqueza através da escravatura e do colonialismo.
A empresa mais antiga do mundo
A empresa mais antiga ainda em actividade encontra-se no Japão. Trata-se de uma empresa de construção chamada Kongo Gumi que data de 578 e que se especializou na construção de templos durante 14 séculos. Actualmente, apesar de a empresa ter sido comprada por um conglomerado de construção, os templos continuam a representar 80% da sua actividade.
As empresas mais antigas da Europa
Muitas das empresas mais antigas da Europa estão relacionadas com produtos tradicionais que reflectem a cultura de um país.
Existem muitas empresas antigas de produtos alimentares e bebidas na Europa Central, por exemplo. A empresa mais antiga do continente é a Adega Staffelter Hof, na Alemanha, que remonta a 862.
Na Irlanda, a empresa mais antiga, a Sean’s Bar, foi fundada em 900. Nos Países Baixos, a cervejaria Brand Brewery data de 1340. Na Áustria, a empresa mais antiga é um restaurante chamado St. Peter Stifskulinarium, que serve comida local juntamente com cerveja de um mosteiro próximo.
A empresa mais antiga dos EUA
Nos EUA, a empresa mais antiga ainda em actividade é a Shirley Plantation, na Virgínia, criada em 1613. A quinta cultivava tabaco, que era depois enviado para todas as colónias e para a Europa, e era mantida através de trabalho escravo.
As empresas mais antigas noutras terras colonizadas
O colonialismo também está bem patente noutros pontos dos mapas. No Congo, por exemplo, a empresa mais antiga data de 1889, quando o país estava sob o domínio belga. É uma empresa ferroviária que ainda tem um nome francês – Société Nationale des Chemins de Fer du Congo – e é actualmente propriedade do governo do Congo.
Em Barbados, a empresa mais antiga que sobreviveu é a Mount Gay Rum, sendo também a fabricante de rum mais antiga do mundo, fundada em 1703. Barbados era uma rica colónia açucareira britânica e um centro do comércio de escravos africanos, pelo que o sumo de cana-de-açúcar utilizado na produção do rum provinha, na maioria, de plantações que dependiam do trabalho escravo. A escravatura só foi proibida no país em 1807.
Na sua maioria, as empresas mais antigas das terras colonizadas são bancos, caminhos-de-ferro e correios, que foram estabelecidos pelas administrações coloniais para criar uma infra-estrutura que servisse melhor as necessidades económicas dos colonizadores.
Era muito mais fácil para os colonizadores exportar recursos preciosos como o açúcar, o petróleo ou o algodão para a Europa quando tinham redes postais, sistemas de transporte e instituições financeiras a funcionar. Mais tarde, quando os países colonizados se tornaram independentes, estas empresas foram assumidas pelos novos governos independentes de cada país.
Estes mapas oferecem um olhar intrigante sobre as empresas que conseguiram resistir ao tempo. Mas os mapas também contam uma história de como, durante séculos, recursos preciosos – incluindo seres humanos – foram retirados à força de algumas partes do mundo e exportados para outras.