“Eleições não clarificaram crise política. Mas não pode haver traição aos cidadãos”: Livre exige saber se AD e IL contam com o Chega

Rui Tavares, presidente do Livre, esteve esta quarta-feira no Palácio de Belém reunido com Marcelo Rebelo de Sousa, no âmbito dos resultados das eleições legislativas do passado domingo. Um ato eleitoral que, explicou, não “permitiu clarificar a crise política”. “Porque não era só uma crise política mas temos elementos de crise de regime. Um dos elementos da crise de regime que surgiu nestas eleições foi a subida do populismo autoritário, com um discurso eficaz mas desonesto. Um discurso que pretende envergonhar os portugueses”, apontou.

Nesse sentido, Rui Tavares alertou que os resultados eleitorais apontaram para “três campos”: “O a da esquerda e da ecologia, com mais votos e mandatos mais numerosos, outro pela IL E AD, e outro campo representado pelo Chega”. Por isso, “é muito importante a clarificação o que fará AD e IL se houver um campo parlamentar da esquerda e que forme Governo. Vai acompanhar a moção de rejeição do Chega? Para clarificarmos de uma vez por todas algo que é nefasto na nossa vida política, perceber se a direita tradicional afinal não conta politicamente com o Chega, e diz não é não, mas depois conta aritmeticamente com o Chega. Uma coisa tem de casar com a outra… Não pode haver jogo duplo perante os cidadãos nem haver traição ao que foi dito na campanha”.

“A alternativa do que seria essa traição é uma AR com governabilidade muito complexa”, defendeu.

E se Montenegro se for chamado a formar Governo? “O Livre não põe carro à frente dos bois. A indigatação depende de votos que vão ser contados”, referiu, não querendo subscrever a moção de censura proposta pelo PCP. “Essa moção de rejeição não sei a que Governo é, a que programa, a elenco governativo. Há muita coisa em aberto.”

“O Presidente da República tem a possibilidade de ouvir os partidos quando entender. O facto de ainda termos votos em contagem, até por respeito aos votos no estrangeiro, justifica-se que venhamos a ter outras audiências após os resultados finais eleitorais”, precisou.

“Posso dizer que o Livre disse que é justificado fazer novas audiências. Outra questão de respeito pelos processos, no nosso entender, é que é preciso procurar o bloco político mais amplo e coeso na Assembleia da República. E para o procurar, há um critério objetivo e factual, que é a política de alianças, que foi anunciada oficialmente por todos os partidos na campanha eleitoral, ninguém a impôs”.

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