El Corte Inglés espera vender este Natal tanto como antes da pandemia

O El Corte Inglés está a preparar-se para o Natal com a convicção de que as vendas superem os níveis pré-pandemia de 2019, ainda que circundado, como o resto do setor da distribuição, pela crise mundial nas cadeias de abastecimento.

Em entrevista ao diário espanhol ‘Cinco Dias’, a responsável pelo departamento de compras do ‘gigante’ espanhol, Guadalupe Corzo, que explicou que  “o objetivo é voltar às vendas de 2019, o que significaria estar acima dos 3%”.

A empresa acredita que este crescimento será impulsionado pela recuperação das venda em lojas físicas, que serão complementadas pela consolidação  do canal online.

O El Corte Inglés espera ainda que 15% a 15% das vendas sejam de brinquedos de marca própria.

Confrontada com a crise nos canais de abastecimento, a executiva admitiu que poderão haver atrasos, mas não falta extraordinária de ‘stock’ para além dos “produtos que tradicionalmente ficam esgotados”.

O caos ‘pode cair no sapatinho’?

A crise dos contentores e o abrandamento da produção da China prometem provocar o caos no Natal. Com oito em cada dez brinquedos do mercado mundial a serem produzidos no continente asiático, o setor acredita que “vão haver atrasos nas entregas, artigos esgotados”, mas rejeita a ideia de “uma escassez global”.

“Os problemas nas cadeias de transporte podem comprometer o reabastecimento de alguns dos brinquedos mais vendidos e esses atrasos podem fazer com que a mercadoria chegue atrasada”, explica José Antonio Pastor, presidente da Associação Espanhola dos Fabricantes de Brinquedos (Aefj), em entrevista ao ‘El Economista’.

Pastor rejeita no entanto “a ideia de uma escassez global”, até porque a maior parte dos operadores “optou por este ano pedir as encomendas mais cedo”.

A Hasbro garantiu que, apesar da crise na cadeia de abastecimento e da consequente falta de chips na indústria, os seus brinquedos estarão prontos para ser entregues nas épocas festivas. A marca registou lucros no terceiro trimestre principalmente graças à venda dos seus jogos RPG Dungeons & Dragons e Magic: The Gathering.

A gigante dos brinquedos comunicou esta terça-feira que cresceu 11% em relação ao ano anterior, em linha com as previsões, revelou a ‘Reuters’. As suas ações subiram mais de 5% na terça-feira.

A empresa registou um aumento de 32% na sua unidade Wizards of the Coast e Digital Gaming, que inclui os populares jogos D&D e Magic. Já o negócio de entretenimento disparou 76%.

Já no passado dia 22 a rival Mattel tinha informado que impulsionou a produção, contratou mais capacidade de transporte marítimo e garantiu acesso a portos adicionais para manter o fornecimento durante a época mais crucial do ano para os fabricantes de brinquedos.

Natal é crucial para a recuperação do setor

Esta temporada de Natal vai ser crucial para a recuperação das receitas do setor. Só em Portugal o mercado de brinquedos sofreu uma quebra de 9,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2021. O confinamento foi um dos principais impulsionadores deste resultado.

Os dados da GfK  revelam que se registou uma variação negativa (-19%) em relação ao mesmo período do ano passado. Os mesmos revelam ainda uma queda acentuada da venda de brinquedos na época da Páscoa, já que a grande distribuição não estava permitida a vendê-los, devido ao contexto pandémico.

O estudo intitulado “Principais tendências do mercado de brinquedos em Portugal no 1.º semestre de 2021” revela que as categorias de brinquedos, à exceção dos “Eletrónicos”, com “Bonecas”, “Jogos & Puzzles” e “Figuras de Ação”, apresentaram as maiores quedas (-33%, -26% e -23% respetivamente). A categoria “Construções”, mesmo estando em solo negativo, foi a que assistiu a uma queda menos significativa.

Outro dado relevante neste estudo mostra que a categoria “Bonecas” perdeu relevância, caindo de 19% para 15,8%. “Construções” passa a ser a categoria com maior peso, com 17,1% (14,5% no primeiro semestre de 2020). Em destaque está também o aumento de quota da categoria de “Desporto & Ar Livre” e a queda de quota de “Jogos & Puzzles”.