“É mais difícil arrendar um T1 no Barreiro do que em Viena”: investigador salienta que português com salário mediano gasta 35% na renda
“É mais difícil para uma pessoa no Barreiro arrendar um T1 do que em Viena, na Áustria.” Miguel Salema, investigador da Católica Lisbon School of Business & Economics, revelou que “um parisiense com salário médio gastará 31% do seu vencimento se quiser viver num T1”, ao passo que na Moita um trabalhador local com um salário mediano para essa cidade “gasta 42% do seu vencimento” no mesmo objetivo.
O investigador comparou a percentagem de salário que os trabalhadores de várias cidades europeias terão de gastar para alugar uma casa com um quarto nesses mesmos locais e, em entrevista ao podcast ‘Radar Europa’, da rádio ‘Renascença’, apresentou as sua conclusões. “Em Berlim, essa percentagem será cerca de 29%”, sendo que “na Figueira da Foz são 32% e em Valongo 37%”. Ou seja, “para uma pessoa que vive em Berlim, dado os salários de Berlim, é muito mais fácil viver sozinho”.
O especialista, para traçar o retrato da habitação em Portugal, cruzou dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) sobre as rendas medianas de cada concelho com dados da Autoridade Tributária sobre salários medianos que são praticados nos mesmo municípios.
Assim, para um português, com um salário mediano, arrendar um T1 “terá de gastar cerca de 35% do seu rendimento”. No entanto, “em Lisboa, Cascais e Amadora, por exemplo, já está acima de 50%. Ou seja, mesmo tendo em conta que em Lisboa os rendimentos são os mais altos do país, um lisboeta com um rendimento mediano da cidade gastará mais de 50% desse rendimento para arrendar” um T1, indicou Miguel Salema.