E-Lar: Governo lança programa de apoio às famílias para substituição de eletrodomésticos
O Governo, através do Ministério do Ambiente, prepara-se para lançar um novo programa de financiamento destinado à substituição de eletrodomésticos, numa iniciativa dirigida às famílias em situação de maior vulnerabilidade económica. O anúncio deverá ser formalizado hoje no Parlamento, durante as audições no âmbito das discussões do Orçamento do Estado para 2025, e pretende mitigar os impactos da pobreza energética que, segundo o Observatório Nacional da Pobreza Energética, afeta entre 18% e 30% da população portuguesa, ou seja, entre 1,8 e 3 milhões de pessoas.
Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente, explicou que o programa, denominado E-Lar, visa promover o conforto térmico e a eficiência energética nos lares portugueses, incentivando a aquisição de equipamentos mais eficientes. Segundo o Correio da Manhã, a ministra sublinhou que o programa aposta na “eletrificação dos consumos dos cidadãos e em incentivos para a aquisição de equipamentos mais eficientes”.
Programa E-Lar: transição para eletrodomésticos elétricos
O E-Lar permitirá que as famílias substituam eletrodomésticos alimentados a gás por versões elétricas, como fogões e esquentadores, além de apoiar a compra de aparelhos de ar condicionado e outros equipamentos energeticamente eficientes. A Associação da Indústria Eletrodigital já havia apelado anteriormente ao Governo para criar incentivos à substituição de eletrodomésticos, alertando que aparelhos menos eficientes contribuem significativamente para o aumento dos custos de eletricidade das famílias. Com o novo programa, pretende-se não só reduzir essas despesas, como também reduzir a dependência de aparelhos de maior impacto ambiental.
A par do financiamento de eletrodomésticos, o combate à pobreza energética inclui também um plano de intervenções em edifícios localizados em bairros sociais e áreas históricas, que representam uma grande percentagem dos imóveis onde vivem famílias vulneráveis. A execução das intervenções será da responsabilidade de empresas municipais de habitação, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e associações de moradores. Segundo a ministra Maria da Graça Carvalho, o objetivo é melhorar o conforto térmico destas habitações e criar um ambiente mais saudável e acessível para os residentes. As intervenções preveem também a criação de espaços verdes e a requalificação de espaços públicos, elevando a qualidade de vida nestas comunidades.
A pobreza energética, um problema complexo e abrangente no nosso País, implica não só dificuldades financeiras para suportar os custos energéticos, mas também condições de vida inadequadas, principalmente em períodos de temperaturas extremas. Segundo os dados mais recentes do Observatório Nacional da Pobreza Energética, entre 18% e 30% da população portuguesa enfrenta este problema, que impacta diretamente o bem-estar e a saúde da população afetada. A iniciativa E-Lar surge, assim, como uma resposta governamental a esta crise energética, com a promessa de minimizar as dificuldades económicas e de promover um ambiente doméstico mais eficiente e saudável para as famílias em risco.