Dublin quer retirar automóveis do centro da cidade

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Numa medida que pode vir a marcar uma tendência para o futuro, a cidade de Dublin, na Irlanda, poderá vir a proibir a circulação automóvel em muitas secções da sua malha urbana mais antiga já em 2017. O objectivo é ‘devolver’ a cidade aos peões e baixar as emissões poluentes.
O plano radical (com um custo previsto de 150 milhões de euros) foi revelado na semana passada, preparando-se agora para ser debatido e votado em consulta pública no próximo dia 16 de Julho. Caso este plano seja aprovado, muitos dos locais serão proibidos aos automóveis e redesenhados com o intuito de se tornarem mais amigos dos peões. Outros locais apenas permitirão o acesso a transportes públicos e a veículos de mercadorias.
Dados providenciados pela autarquia local indicam que o centro da cidade de Dublin é ponto de passagem para cerca de 192.000 viagens por dia de semana, das quais 33% são feitas de automóvel, causando dessa forma congestionamentos prolongados e aumento nas emissões poluentes. Recorde-se que num estudo recente da TomTom, a cidade de Dublin figurava como a décima mais congestionada do mundo e a sexta a nível europeu. A manter-se o panorama actual, os responsáveis da autarquia local prevêem que a situação venha a piorar, com mais 42.000 viagens por dia até 2023.
Em caso de aprovação deste projecto, muitas ruas e praças serão transformadas para utilização pedestre, oferecendo mais espaços verdes e de lazer, como esplanadas. A pensar já na possibilidade de esta medida seguir em frente, Dublin está já a investir 368 milhões de euros na expansão da rede de eléctricos da cidade, procurando maximizar a funcionalidade dos transportes públicos e reduzir o número de viagens de automóvel de 33% para 20% em apenas dois anos. Planos acessórios incluem o aumento da frequência dos autocarros e serviços de comboios, bem como a criação de mais corredores destinados a ciclistas.
A questão do tráfego no interior das cidades e, sobretudo, nas partes mais antigas e exíguas, tem sido uma das principais preocupações das autarquias europeias, que procuram agora limitar o acesso aos automóveis e melhorar a circulação pedestre.
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