Duas semanas presos no trânsito: engarrafamento de 100 quilómetros ‘paralisa’ China
A China viveu um dos maiores engarrafamentos da história em agosto de 2010, com mais de 100 quilómetros de veículos paralisados durante quase duas semanas na autoestrada G110, uma estrada fundamental que liga Pequim ao Tibete, um evento que deu destaque às limitações da infraestrutura rodoviária do país e a necessidade de a adaptar ao rápido crescimento do tráfego.
De acordo com a publicação espanhola ‘El Confidencial’, o engarrafamento foi resultado de vários fatores que se combinaram de forma crítica. As obras de manutenção da autoestrada, que reduziram drasticamente a sua capacidade, coincidiram com um aumento significativo do tráfego de camiões que transportam carvão da Mongólia Interior para Pequim, derivado da intensificação da produção mineira naquela região. Além disso, a rodovia enfrentou um aumento no trânsito devido ao retorno massivo de pessoas após as férias, superando em muito a sua capacidade operacional.
Os motoristas presos moviam-se a um ritmo mínimo de um quilómetro por dia. No meio desta confusão, muitos optaram por descansar nos seus veículos ou improvisar atividades para passar o tempo: já os moradores de áreas próximas aproveitaram para vender produtos básicos, como água e alimentos, a preços notavelmente elevados.
As consequências do engarrafamento não afetaram apenas os motoristas, mas também a economia. As perdas foram especialmente severas para os transportadores de mercadorias perecíveis, que não conseguiram evitar a deterioração dos seus produtos. Além disso, atrasos no envio geraram custos excessivos significativos em vários setores.
Dada a magnitude do problema, as autoridades chinesas lançaram uma operação que incluiu a abertura de rotas alternativas e o aumento de pessoal encarregado de orientar o tráfego. Contudo, a normalidade só foi restaurada em 23 de agosto, quase duas semanas após o início do engarrafamento.
Este evento marcou um ponto de viragem no planeamento da infraestrutura rodoviária na China. Desde então, o país tem feito investimentos significativos na construção de novas estradas e na promoção de meios de transporte alternativos, com o objetivo de prevenir futuras crises desta magnitude.