Duas maiores economias da Europa dão sinais de fraqueza e fazem soar “alerta vermelho”

A crise nas cadeias de abastecimento estão a enfraquecer as duas maiores economias da Europa, a  francesa e a alemã.

Paris registou uma descida acentuada no índice de produção industrial. Já Berlim viu o seu crescimento económico para este ano a ser amortecido por uma quebra na atividade empresarial, para um mínimo que já não era contemplado há oito meses, revela uma pesquisa da IHS Markit.

O número de encomendas nos dois países caíram em outubro.

Em entrevista à Bloomberg, o economista sénior da IHS Markit, Joe Hayes, esclareceu que “se até agora sabíamos que a crise nas cadeias de abastecimento tinham um impacto evidente nos preços finais dos produtos, agora também sabemos que este fenómeno teve um impacto no nível de produtividade e de encomendas das empresas”.

No que toca ao índice de confiança dos gestores, publicado periodicamente pela consultora sediada em Londres, o estudo revela que tanto franceses como alemães “acreditam que a produção industrial irá aumentar nos próximos meses”.

Créditos: Bloomberg
Créditos: Bloomberg

Em agosto, a produção industrial alemã, o país com a maior economia europeia, sofreu a queda mais acentuada desde abril de 2020, devido à crise de semicondutores e outros componentes, atingindo sobretudo o setor automóvel.

A maior economia da Europa viu a produção industrial sofrer uma queda de 4% em agosto, depois de um amento de 1,3% em julho.

“Os fabricantes continuam a relatar restrições de produção devido à escassez de fornecimento de produtos intermédios”, revela o documento do gabinete de estatística alemão.

Durante este mês, a produção de automóveis e peças para veículos caiu 17,5%.

As entregas da BMW afundaram 12,2% no terceiro trimestre, devido à crise dos semicondutores, de acordo com o relatório de contas da empresa.

Esta terça-feira, o responsável pela divisão de camiões do grupo Daimler, Martin Daum, anunciou que esperava que a escassez global de chips continue a afetar a produção no próximo ano.

“Estamos a vender menos do que esperávamos e esta situação vai manter-se durante o próximo ano. É uma luta por cada semicondutor”, afirmou o executivo.