‘Dragonfly’: Inteligência artificial está a ‘desenhar’ baterias que carregam instantaneamente
Uma ferramenta de inteligência artificial, de nome ‘Dragonfly’ (Em inglês, libélula), está a ser usada por investigadores da Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh, nos EUA, para criar melhores eletrólitos para baterias de lítio, o que permitirá que estas baterias carreguem a uma velocidade muito maior.
Numa bateria, um eletrólito move os iões – átomos que foram carregados através da perda ou ganho de um eletrão – entre os dois elétrodos. Os iões de lítio são criados no elétrodo negativo (o ânodo), e circulam para o elétrodo positivo (cátodo), onde ganham eletrões. Quando uma bateria carrega, os iões voltam a mover-se para o ânodo, e assim sucessivamente. Na indústria da produção de baterias, a inovação oferece resistência, uma vez que estão envolvidos diferentes tipos de químicos e o que se procura é a ‘fórmula ideal’ dos mesmos para o melhor funcionamento da pilha ou bateria.
Acontece que os cientistas usaram um sistema de válvulas, bombas, recetáculos e outro equipamento de laboratório para misturar três potenciais solventes e um sal, de várias formas e proporções, e inseriram os resultados na ferramenta de inteligência artificial ‘Dragonfly’. Por sua vez, a ferramenta analisou as diferentes hipóteses de mistura e produziu seis soluções que funcionaram melhor do que uma solução de eletrólitos já usada em baterias comerciais.
Nos testes laboratoriais, as soluções sugeridas pela ‘Dragonfly’ para o fabrico de baterias permitiam um carregamento 13% mais eficiente dos que as fórmulas atualmente utilizadas, explica Venkat Viswanathan, professor associado na Carnegie Mellon e um dos responsáveis pelo estudo, à Technology Review. O investigador adianta que os ingredientes para criar eletrólitos “podem ser misturados de mil formas diferentes e em quantidades distintas” e que a ferramenta de inteligência artificial torna o trabalho de criar ‘superbaterias’ mais eficiente já que não tem “preconceitos” – o sistema em si não tem conhecimentos sobre química.
O objetivo é que a ‘Dragonfly’ possa ser a solução para criar baterias que carreguem em cada vez menos tempo ou até que o sistema possa ser adaptado às experiências feita com baterias quânticas, permitindo que estas carreguem imediatamente.