Tribunal determina que nomes de dezenas de vítimas e associados de Jeffrey Epstein sejam tornados públicos em 2024

Os nomes das dezenas das supostas vítimas e associados de Jeffrey Epstein vão ser tornados públicos em 2024, indicou o tribunal federal de Nova Iorque – a ordem, emitida no passado dia 18 pela juíza Loretta A. Preska, surge na sequência de um caso apresentado por Virginia Roberts Giuffre, uma mulher americana que alegou que Epstein terá abusado sexualmente dela quando ainda era menor, e que Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein e cúmplice de longa data, terá ajudado no abuso.

Epstein foi indiciado em 2019 por acusações federais de que era responsável pela operação de uma rede de tráfico sexual no qual terá alegadamente abusado sexualmente de dezenas de menores de idade. O multimilionário suicidou-se na prisão enquanto aguardava julgamento. As autoridades judiciais de Nova Iorque indiciaram Maxwell por acusações de tráfico sexual com várias vítimas e foi condenada em 2021.

Embora o processo por difamação movido por Giuffre ter sido resolvido em 2017 e colocado sob uma ordem de proteção, partes dele foram abertas desde então, enquanto provocava um debate sobre se deveria ser aberto ao público.

Recorde-se que o príncipe André chegou a acordo num processo interposto por Giuffre, que o acusou de a ter violado quando era uma adolescente e era vítima de Jeffrey Epstein, um criminoso sexual registado e amigo do príncipe André.

O ‘The New York Times’ avançou que o valor que o filho da rainha Isabel II vai pagar a Giuffre é confidencial, conforme indicou uma declaração das duas partes, que revelou ainda que André também “pretende fazer uma doação substancial” a uma organização de caridade “que apoia os direitos das vítimas”.

O acordo estabelecido entre o príncipe e Virginia Giuffre aconteceu poucas semanas antes de André prestar um depoimento sobre juramento, e no qual teria de responder às perguntas dos advogados da sua alegada vítima.

Um dia antes de Epstein morre na prisão, em agosto de 2019, o Tribunal de Apelações do Segundo Circuito dos Estados Unidos, abriu centenas de páginas de documentos, decidindo que o juiz do tribunal distrital selou indevidamente centenas de documentos.

O tribunal de apelações devolveu então o caso ao tribunal distrital para examinar os documentos individualmente e determinar o que poderia ser aberto. A juíza Preska, desde então, assumiu o caso e decidiu pela abertura de mais documentos em julho de 2020, incluindo o depoimento de Maxwell em 2016 e relacionado ao processo.

Muitas das supostas vítimas deram entrevistas públicas eforam identificadas pelos media, enquanto outras “não levantaram objeções” à abertura dos documentos, segundo revelou Preska, que deu um prazo de 14 dias às vítimas desconhecidas para entrar com um recurso antes que as partes concordem e tornem os documentos públicos.

Algumas das vítimas permanecerão anónimas, devido à natureza sensível dos crimes e dos abusos de natureza sexual de menores, indicou o despacho.

A decisão do tribunal determinou ainda que os associados de Epstein, um dos quais desempenhou um papel nos seus crimes de tráfico sexual e outro cujo nome apareceu num julgamento criminal, também terão os seus documentos abertos “na íntegra”.