Do encontro com Trump à situação na Ucrânia, passando pelo desafio aos EUA: o que disse Putin no sua aparição anual aos russos
A região russa de Kursk será “libertada”, o novo míssil russo Oreshnik será “imparável” e a economia russa terá uma aterragem suave, apesar do sobreaquecimento da inflação: estas foram as três ideias defendidas por Vladimir Putin, na sua aparição anual perante os cidadãos russos e a imprensa estrangeira.
Sobre o conflito na Ucrânia, o presidente russo mostrou-se otimista: “a situação está a mudar significativamente”, apontou, garantindo que “estamos a avançar no sentido de alcançar os nossos principais objetivos”, salientando os avanços no Donbass, mas também os retrocessos ucranianos na região de Kursk. Questionado sobre quando será “libertada” a região russa, Putin disse: “Não posso dizer uma data específica, os rapazes estão a lutar lá.”
Questionado se está disposto a chegar a compromissos com Kiev, respondeu que a Rússia está disposta a negociar e a chegar a acordos sobre a Ucrânia, mas precisa que o outro lado também esteja disposto. “Sempre dissemos que estamos prontos para negociações e compromissos.” Putin mostrou-se também “disposto a conversar” com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. ““Não sei quando é que o vou ver. Ele [Donald Trump] não está a dizer nada sobre isso. Não falo com ele há mais de quatro anos. Estou pronto para o fazer, claro. Em qualquer altura.”
Segundo o presidente russo, as forças russas estão a avançar ao longo de toda a linha da frente: “Há movimento ao longo de toda a linha de frente. Todos os dias”, disse, admitindo que os combates são complexos, tornando “difícil e inútil adivinhar o que nos espera (…) mas caminhamos para a conclusão das nossas principais tarefas, que delineámos no início da operação militar especial”.
O presidente russo, Vladimir Putin, desafiou os Estados Unidos para uma espécie de duelo em Kiev entre o novo armamento hipersónico russo e os sistemas de defesa antimíssil ocidentais. “Que escolham qualquer instalação para atacarmos, digamos, em Kiev. Que concentrem aí todos os seus sistemas antiaéreos e antimísseis. E nós atacaremos com [um míssil] Oreshnik”, afirmou. “Veremos o que acontece. Estamos prontos para essa experiência.”
A Rússia usou recentemente pela primeira vez os mísseis hipersónicos Oreshnik contra a Ucrânia e tem afirmado que nenhum sistema de defesa antiaérea ocidental é capaz de enfrentar a nova arma russa.
O assassinato do general russo Igor Kirilov em Moscovo também mereceu a atenção de Putin. O regime de Kiev cometeu atos terroristas contra cidadãos russos”, argumentou. “Este assassinato foi cometido de uma forma que põe em perigo a vida de muitas pessoas.”
O outro grande tema que mais interessou aos russos que enviaram perguntas foi a economia. Putin acredita que a economia russa está estável, mas admitiu que há sinais de algum sobreaquecimento que estariam a alimentar uma inflação elevada: “Há aqui alguns problemas, nomeadamente a inflação, um certo sobreaquecimento da economia, e o Governo e o banco central já temos a tarefa de desacelerar o ritmo”, disse. “Penso que a taxa de crescimento no próximo ano deverá rondar os 2 ou 2,5%, uma espécie de aterragem suave para manter os indicadores macroeconómicos.”
Os chamados ‘Resultados do ano com Vladimir Putin’ é um evento misto de transmissão ao vivo e conferência de imprensa: de Kaliningrado a Vladivostok, os russos perguntam, o presidente responde, mas além dos cidadãos, os jornalistas também podem perguntar. Alguns vêm disfarçados para chamar a atenção e deixá-los fazer perguntas.
A recolha de questões dos cidadãos começou no dia 8 de dezembro e ontem foram recebidas mais de 1,2 milhões de solicitações. O outro grande tema que mais interessou aos russos que enviaram perguntas foi a economia. Putin acredita que a economia russa está estável, mas admitiu que há sinais de algum sobreaquecimento que estariam a alimentar uma inflação elevada: “Há aqui alguns problemas, nomeadamente a inflação, um certo sobreaquecimento da economia, e o Governo e o banco central já temos a tarefa de desacelerar o ritmo”, garantiu. “Penso que a taxa de crescimento no próximo ano deverá rondar os 2 ou 2,5%, uma espécie de aterragem suave para manter os indicadores macroeconómicos”, acrescentou.