Crédito habitação: Prestação da casa baixa até 94 euros em fevereiro: mas já há ‘nuvens negras’ no horizonte
2025 arrancou com boas notícias para as famílias portuguesas com crédito habitação que viram o seu contrato bancário revisto, com descidas na prestação da casa que atingiram quase 110 euros. No entanto, fevereiro vai manter a tónica de descida das prestações, mas já com sinais de ‘nuvens negras no horizonte’. Ainda assim, o próximo mês vai significar uma redução que pode atingir quase 95 euros quando fizer a transferência para o banco.
“Temos um dado curioso neste início de ano”, começou por referir Nuno Rico, economista da DECO-PROteste, em exclusivo à ‘Executive Digest’, “olhando para os dados deste mês, temos o abrandamento que já havíamos alertado nas maturidades, exceto na Euribor de 12 meses, que subiu ligeiramente (0,088%) face ao mês anterior. Mesmo na Euribor a 6 meses, praticamente não desceu – somente 0,012%”.
Mas vamos a números:
Tomemos como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread (margem comercial do banco) de 1%:
– se o empréstimo tem como indexante a Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar no próximo ano irá descer para 675 euros, menos 94 euros (12,22%) em relação à prestação que pagou nos últimos 12 meses (769 euros). A taxa média registada este mês – dados até ao dia 24 de janeiro – foi de 2,524%.
– Já se o indexante for de 6 meses, prepare-se para entregar ao banco 683 euros, uma descida de 11,52% (89 euros) face a julho último, quando a prestação se situava nos 772 euros. A taxa média de dezembro fixou-se nos 2,620%.
– por último, se tiver um contrato a 3 meses: a taxa Euribor registou este mês uma média de 2,731% o que significa em fevereiro uma redução da sua prestação de 5,19%: desce de 731 para 693 euros, menos 38 euros face à prestação de novembro último.
O que se segue? Nuno Rica explica
O que significa este abrandamento? “O contexto mudou um pouco, sobretudo após as eleições americanas. A perspetiva é que vá continuar a descer, mas não a um ritmo que se perspetivou há dois meses”, referiu Nuno Rico.
“É um dado curioso haver esta inversão de tendência notada na Euribor a 12 meses, o contrato mais longo, a grande novidade deste mês. Já temos uma média ligeiramente acima da do mês anterior. Em relação às prestações, continua a tendência de descida, o que era expectável neste primeiro semestre do ano. Vamos ver o que vai acontecer durante o mandato de Donald Trump. Mas já se começa a notar o abrandamento do rimo de descida.”
“Nos próximos meses, em termos de prestações, vai continuar a sentir-se diminuição, mas a um ritmo cada vez menor”, concluiu Nuno Rico. “Isso começa a levantar a perspetiva de uma tendência de estabilização, mais do que a diminuição, dos valores.”