Covid-19: Vacina de Oxford vendida a preço de custo aos países em desenvolvimento
A vacina contra a Covid-19 produzida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca vai estar disponível numa base não lucrativa “para sempre” para os países de baixo e médio rendimento, de acordo com o The Guardian.
Os pormenores dos acordos de fornecimento aos países mais pobres vieram à medida que a AstraZeneca revelou os resultados provisórios de um ensaio da vacina da fase 3, que está a ser anunciado como o primeiro a satisfazer os requisitos mais exigentes do mundo em desenvolvimento.
No entanto, as esperanças de vacinas para os países mais pobres foram atenuadas pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que alertou para o risco de os pobres do mundo poderem ser pisoteados na “corrida pelas vacinas”, acrescentando que ainda eram necessários 4,3 mil milhões de dólares para serem repartidas de forma justa.
Ao contrário das duas vacinas produzidas pela Moderna e pela Pfizer/BioNTech, que requerem armazenamento ultrafrio, a vacina da AstraZeneca pode ser mantida no tipo de frigorífico convencional utilizado para armazenar vacinas em todo o mundo, com um prazo de validade de até seis meses.
Também ao contrário da vacina Pfizer-BioNTech, a vacina experimental da AstraZeneca faz parte do Covax, a iniciativa global que espera distribuir cerca de 2 mil milhões de doses a 92 países de baixo e médio rendimento, a um custo máximo de 3 dólares por dose.
Assim, os países de rendimento mais baixo vão receber a vacina numa base sem fins lucrativos.
“Um elemento chave da parceria de Oxford com a AstraZeneca é o compromisso conjunto de fornecer a vacina numa base sem fins lucrativos durante a duração da pandemia em todo o mundo, e perpetuamente aos países de baixo e médio rendimento”, afirmaram as empresas numa declaração citada pelo The Guardian.
Como parte da iniciativa, a AstraZeneca já tinha anunciado, durante o verão, que disponibilizaria 1,3 mil milhões de doses da vacina aos países menos ricos.