Covid-19: Ultrapassada barreira global dos 2 milhões de mortes
O mundo ultrapassou os dois milhões de óbitos por covid-19, segundo a contagem independente da Universidade Johns Hopkins. O ritmo de casos e de mortes aumenta numa altura em emergem novas variantes mais contagiosas do coronavírus, como a estirpe do Reino Unido, da África do Sul e também do Brasil.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mesmo com a esperança da vacinas contra a covid-19, a barreira dos dois milhões de óbitos é ultrapassada numa “altura perigosa da pandemia”, com cada vez mais ‘recordes’ em todo o mundo e uma velocidade alucinante de propagação que já resultou em mais de 96 milhões de infetados.
Os Estados Unidos, a Índia e o Brasil são os três mais países mais afetados pela pandemia, com 24 milhões, 10 milhões e 8 milhões de casos, respetivamente. Já os países com o maior número de óbitos são, mais uma vez, os EUA (406 mil), o Brasil (212 mil) e a Índia (152 mil mortes).
Atualmente estão a ser dadas cerca de 2,76 milhões de doses da vacina por dia, em média, a nível global. No entanto, se há países como os Estados Unidos que já administraram 17,2 milhões de doses, de acordo com uma contagem nacional dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças, há outros que ainda não aplicaram uma única dose.
No total, mais de 54,3 milhões de doses da vacina contra a covid-19 já foram administradas em 51 países, de acordo com dados recolhidos pela Bloomberg. Estes dados dizem respeito, na grande maioria, a países com elevado rendimento. A OMS e vários especialistas já alertaram que a disparidade no acesso às vacinas representa uma ameaça global, pois vai prejudicar diretamente a imunidade de grupo global.
Os países de elevado rendimento asseguraram 85% da vacina da Pfizer e todas as da Moderna, de acordo com a empresa de investigação Airfinity. Grande parte dos países do mundo vai contar com a farmacêutica britânica AstraZeneca, cuja vacina é mais barata e mais fácil de distribuir, juntamente com outros fabricantes como a chinesa Sinovac.
Dos 42 países a administrar vacinas contra a covid-19 a partir de 8 de janeiro, pelo menos 36 eram países de alto rendimento e os restantes de rendimento médio, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Um número cada vez maior de países está a realizar os próprios acordos de fornecimento, além de participar numa colaboração global de acesso a vacinas conhecida como Covax.
Em apenas um ano, segundo a OMS, a pandemia de covid-19 já matou mais do que a malária e a tuberculose juntas no mesmo período. A taxa de mortalidade da doença é ainda superior ainda ao HIV (sida), que causou cerca de 1,7 milhões de mortos em 2005.
Também a Organização das Nações Unidas está preocupada com a falta de solidariedade global. “A ciência está a ter êxito, mas a solidariedade não”, alertou, sublinhando também as desigualdades na vacinação dos países mais ricos face aos mais pobres.