Covid-19: Suécia fecha escolas secundárias para conter pico mas continua a rejeitar uso de máscaras
As escolas secundárias na Suécia vão fechar durante um mês e as aulas serão dadas à distância, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro, Stefan Löfven, numa altura em que a segunda vaga da covid-19 atinge o pico. No entanto, o país escandinavo continua sem recomendar o uso de máscara.
“Estamos a fazer isto [encerrar as escolas] para conter o contágio”, afirmou o chefe de Governo sueco em conferência de imprensa, explicando que a medida será aplicada de segunda-feira até ao reinício do ano letivo, a 6 de janeiro.
Durante a primeira vaga, as escolas secundárias já tinham sido encerradas de meados de março a meados de junho. Creches, escolas primárias e faculdades, no entanto, permaneceram abertas, o que também se verifica atualmente.
Num país que tem chamado à atenção com uma estratégica amplamente não coerciva, a segunda vaga excedeu em muito as previsões iniciais das autoridades de saúde pública, que agora acreditam que o pico deve ser alcançado em meados de dezembro.
Com 35 mortes registadas nas últimas 24 horas, o número total de vítimas da pandemia ultrapassou esta quinta-feira os 7000 óbitos.
Com uma média de 50 a 60 mortes por dia na semana passada, a Suécia está atualmente no maior nível de mortes na segunda vaga da pandemia, mas abaixo dos números registados em meados de abril, com cerca de 100 mortes em média por dia, segundo dados oficiais, compilados pela agência francesa France-Presse.
Perante o aumento, o país nórdico endureceu as restrições desde novembro, incluindo a proibição da venda de álcool depois das 22h e de eventos públicos para mais de oito pessoas.
Sem confinamento ou recomendação de uso de máscara, a estratégia atípica da Suécia atraiu muita atenção e polémica nos últimos meses. A epidemiologista chefe da Suécia, Anders Tegnell, afirmou que as “máscaras faciais podem ser necessárias em algumas situações”, mas “essas situações ainda não surgiram na Suécia, de acordo com nosso diálogo com as regiões de saúde.”
“A OMS considera que as evidências sobre o uso máscaras são fracas. Todos os estudos até agora sugerem que é muito mais importante manter a distância física do que usar uma máscara”, acrescentou a especialista, citada pela agência Reuters.
Com 7007 mortes e mais de 272.000 casos num país com 10,3 milhões de habitantes, a nação está entre as maiores vítimas da Europa e com níveis muito superiores do que os seus vizinhos nóricos.
Porém, o Governo sueco não questiona a estratégia, acreditando que ela deve ser julgada a longo prazo.
*com Lusa