Covid-19: Sibéria está a formar «própria versão do vírus com mutações específicas», afirma especialista russa

Estão a surgir mutações no novo coronavírus na Sibéria, região da Rússia, informou a responsável pelas autoridades sanitárias esta terça-feira, quando o país registou um novo ‘máximo’ de mortes por covid-19: 442 mortes nas últimas 24 horas.

“Vemos certas mudanças na Sibéria que nos permitem assumir que esta região está a formar a sua própria versão do vírus com mutações específicas”, afirmou Anna Popova, responsável russa pelas autoridades sanitárias, citada pela agência Reuters. Popova não deu detalhes sobre quão contagiosa ou mortal a mutação foi considerada, mas disse que, à partida, não iria tornar o vírus mais perigoso.

Os ensaios da segunda vacina contra a covid-19 da Rússia, desenvolvida pelo Instituto Vector da Sibéria, estão agora em curso, confirmou a responsável. Segundo o diretor-geral deste instituto, Rinat Maksyutov, as mutações do coronavírus não podem influenciar a eficácia da vacina.

Um estudo americano publicado em setembro encontrou poucas evidências de que as mutações tenham tornado o vírus mais mortal, sublinhando que a gravidade da covid-19 estava mais ligada às condições médicas e genéticas subjacentes dos pacientes (as comorbilidades).

Os ensaios clínicos da segunda vacina russa a obter aprovação no país, chamada EpiVacCorona, podem agora ser realizados com voluntários com mais de 60 anos. O diretor do instituto disse ainda à agência de notícias russa TASS que os ensaios com crianças começariam em dezembro. Um ensaio de fase três, com uma duração de seis meses, começou esta segunda-feira, envolvendo 180 participantes.

A Rússia registou esta terça-feira 442 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um novo ‘recorde’, informaram as autoridades de saúde. O número de óbitos no país é agora de 33.931.

Foram também contabilizados 22.410 novos casos de covid-19, 5882 deles em Moscovo, principal foco de infeção no país. Do total de casos detetados no último dia no país, 5556 (24,8%) são assintomáticos.

Com 1.971.013 infeções desde o início da pandemia, a Rússia tem o quinto maior número de casos no mundo, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e França.