Covid-19: Relatório arrasa medidas “improvisadas” e arbitrárias aplicadas nos EUA para combater a Covid-19

Um relatório final da Comissão da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, que investigou a gestão da pandemia de Covid-19 desde 2020, apresentou críticas severas às medidas adotadas pelas autoridades do país. O documento denuncia a imposição de medidas consideradas arbitrárias e sem base científica sólida, como confinamentos, uso obrigatório de máscaras e o distanciamento social.

A comissão, formada por membros de ambos os partidos, realizou uma análise exaustiva ao longo de três anos. Foram ouvidos 30 especialistas, realizadas 25 audiências e analisadas mais de um milhão de páginas de documentos. O relatório, agora oficializado, ainda não recebeu uma resposta formal da Casa Branca.

Entre as conclusões mais contundentes, o relatório destaca que os passaportes de vacinas, ao carecerem de fundamento científico robusto, acabaram por se tornar “uma forma de confinamento de facto” para os americanos que optaram por não se vacinar. Além disso, aponta que o distanciamento social e o uso de máscaras “careciam de uma base científica”, questionando a validade de estratégias uniformes aplicadas sem distinção entre diferentes contextos.

Decisões “improvisadas” e críticas à gestão

O relatório coloca em destaque o papel do Dr. Anthony Fauci, então coordenador da resposta à pandemia. Durante os interrogatórios, Fauci admitiu que muitas decisões foram tomadas “de forma improvisada”. Por exemplo, a recomendação de manter uma distância de cerca de dois metros entre pessoas não foi baseada em estudos científicos rigorosos, mas surgiu como uma estimativa arbitrária.

Outros responsáveis da saúde pública admitiram em 2024 que várias das medidas impostas, como confinamentos prolongados e o uso de máscaras, não tinham sustentação científica clara.

Origem do vírus: novas conclusões

Outro ponto sensível abordado foi a origem do vírus. O relatório afirma que é “provável” que o Covid-19 tenha tido origem num laboratório em Wuhan, na China, contrariando versões iniciais que sugeriam transmissão natural. O documento menciona características biológicas do vírus que não são comuns na natureza, bem como falhas graves de segurança no Instituto de Virologia de Wuhan.

A comissão critica ainda o silenciamento de investigadores que sugeriram um possível acidente laboratorial, com muitos sendo rotulados como racistas por questionarem a transparência do governo chinês.

Impacto económico e social

O relatório sublinha os danos económicos e de saúde mental causados por medidas como os confinamentos prolongados. Estas políticas resultaram em:

  • Encerramento em massa de negócios e aumento do desemprego.
  • Uma das recessões mais graves da história recente nos EUA, devido à queda na procura dos consumidores e às restrições operacionais.
  • Impactos significativos na saúde mental, especialmente entre jovens, com aumento de tentativas de suicídio.
  • Perdas históricas no nível de aprendizagem devido ao encerramento prolongado de escolas.

O uso prolongado de máscaras, por exemplo, foi apontado como um fator que pode ter contribuído para atrasos no desenvolvimento da fala e linguagem em crianças pequenas.

Questões sobre as vacinas

Embora o relatório reconheça a eficácia das vacinas para grupos de risco, critica a obrigatoriedade da vacinação e a exclusão da imunidade natural nas políticas públicas. Segundo o documento, a Casa Branca exagerou na comunicação sobre a necessidade de doses anuais e na eficácia das vacinas, o que acabou por gerar desconfiança na população.

O relatório afirma que muitos jovens saudáveis foram levados a vacinar-se com o objetivo de proteger os seus familiares, mas quando se soube que a vacina não impedia a transmissão, houve frustração. Este facto pode ter contribuído para as baixas taxas de adesão às doses de reforço.

Críticas à OMS e elogios a Trump

A resposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) também foi alvo de duras críticas. O relatório acusa a OMS de falhar ao não pressionar a China por maior transparência sobre os primeiros casos e de aceitar informações do governo chinês sem questionamento.

Embora o relatório inclua elogios à gestão de Donald Trump, especialmente pela aceleração do desenvolvimento das vacinas, aponta que muitas medidas criticadas, como os confinamentos, foram implementadas durante o seu mandato.

O relatório enfatiza a necessidade de políticas mais equilibradas em futuras crises sanitárias, que considerem tanto a saúde pública como os impactos económicos e sociais. Recomenda também maior inclusão de especialistas de diferentes áreas, como economistas e educadores, na formulação de estratégias.

Num tom conclusivo, o documento alerta para os erros cometidos, com o objetivo de evitar que decisões semelhantes voltem a ser tomadas sem uma base científica sólida.