Covid-19: Por que devemos usar máscara mesmo depois de tomar a vacina
A máscara tornou-se um acessório praticamente imprescindível do nosso quotidiano e mesmo depois de as vacinas serem aprovadas, algo que parece estar perto de acontecer, os especialistas, citados pelo ‘ABC’ afirmam que a população não deve deixar de usar essa proteção. Conheça as três razões principais para não deixar de usar a máscara nos próximos tempos.
1. A imunidade de grupo vai demorar algum tempo a chegar
Embora com a chegada de 2021, as primeiras vacinas também cheguem em grande parte dos países, inclusive em Portugal, o plano de vacinação estabelece que os primeiros a receber a vacina serão os grupos mais vulneráveis: os idosos, doentes crónicos e profissionais de saúde, o que significa que a população não é toda vacinada de uma vez.
Para obter a tão esperada “imunidade de grupo” – que é alcançada com a vacinação de 70% da população – serão necessários vários meses de campanha. A expectativa é que com a chegada do verão essa percentagem já possa ter sido vacinado, mas até lá, a máscara é uma ferramenta de proteção indispensável, revela o ‘ABC’.
2. A vacina evita que adoeça, mas não que contagie
«Muitas pessoas pensam que, depois de vacinadas, já não têm de usar máscara», disse Michal Tal, imunologista da Universidade de Stanford. As vacinas são injetadas profundamente nos músculos, onde estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos. Alguns desses anticorpos se alojam na mucosa nasal.
No entanto, ainda não está clara a quantidade de anticorpos pode ser mobilizada ou com que rapidez. Se a resposta a esses anticorpos não for elevada, o vírus pode alojar-se no nariz e infetar outras pessoas ao exalar ou espirar. Portanto, a máscara surge como uma proteção necessária , mesmo tendo recebido a vacina, pois o indivíduo continua a poder propagar o vírus.
«Prevenir uma doença grave é mais fácil, prevenir uma doença ligeira é mais difícil e prevenir todas as infeções é certamente o mais complicado», disse Deepta Bhattacharya, imunologista da Universidade do Arizona.
3. O desconhecido dos testes de antigénio
Os testes rápidos de antigénio estão também a demorar algum tempo a ‘espalhar-se’ e a tornarem-se globalmente acessíveis à maior parte da população, atrasando a “segurança” que este tipo de testes oferece. O fim da pandemia não vem com a vacina. Não será uma revolução, será uma evolução, mais uma ferramenta para combater o vírus. Enquanto isso, não podemos abdicar das ferramentas de que dispomos.