Covid-19: Ministro dinamarquês demite-se devido a ordem ilegal de abate de visons
O ministro dinamarquês da Agricultura e Alimentação, Mogens Jensen, anunciou esta quarta-feira que se vai demitir, depois de o governo reconhecer que não tem bases legais para avançar com o abate de toda a população de visons (ou martas) do país, segundo a agência Reuters.
“Informei hoje o primeiro-ministro que desejo demitir-me do governo. Compreendo que não existe o apoio necessário para mim entre os partidos parlamentares”, escreveu, no Twitter, Mogens Jensen.
Jeg har i dag meddelt statsministeren, at jeg ønsker at udtræde af regeringen. Jeg kan konstatere, at der ikke er den fornødne opbakning til mig blandt Folketingets partier. #dkpol
— Mogens Jensen (@MogensJensenS) November 18, 2020
O governo dinamarquês já tinha recuado na ordem de abate no dia 10 de novembro, depois de se ter apercebido que, afinal, não tinha autoridade legal para o fazer. Tinha sido ordenado o abate dos mamíferos mesmo em quintas não afetadas pela estirpe do coronavírus. No entanto, era necessário ter aprovado nova legislação para mandatar legalmente um abate, pelo que o governo dinamarquês passou apenas a recomendar aos agricultores o abate de todas as martas.
A ordem tinha sido inicialmente dada devido a preocupações sobre uma mutação do vírus que surgiu nestes mamíferos. Foi encontrada em mais de 200 explorações de martas, e 12 seres humanos foram infetados com uma forma mutante do vírus que é considerada “preocupante”.
A líder do executivo dinamarquês disse que a situação era “muito, muito grave” e que os surtos nas explorações de martas constituem um risco para a saúde pública.
Contudo, alguns peritos questionaram as questões científicas por detrás da decisão, uma vez que as mutações no coronavírus são normais e ainda não é claro se esta foi significativa.