Covid-19: Itália descobre novo “paciente zero”. Primeiro caso positivo remonta a novembro de 2019
A Itália identificou um novo “paciente zero” que teve covid-19 em novembro de 2019, o que prova que o novo coronavírus já circulava na Europa antes de a China ter alertado para o surto inicial na cidade de Wuhan, avança o Daily Mail.
Uma mulher de 25 anos de Milão realizou uma biopsia à pele depois de ter sofrido uma erupção cutânea e dor de garganta em novembro de 2019, e produziu, assim, uma amostra que, segundo um novo estudo do British Journal of Dermatology, contém provas do novo coronavírus.
Os resultados publicados na revista médica britânica sugerem que a doença já tinha chegado ao norte de Itália no outono de 2019, ou seja, semanas antes do primeiro caso conhecido anterior, um rapaz de quatro anos que esteva infetado em dezembro.
A jovem com 25 anos torna-se, assim, o mais recente “paciente zero” de Itália. Ainda assim, os investigadores acreditam que a doença já se encontrava no país antes de novembro. Amostras de sangue colhidas de doentes oncológicos, em Milão, e posteriormente testadas para covid-19 sugeriram que a doença já estava presente em setembro.
No entanto, o primeiro caso “oficial” de covid-19 diz respeito a 31 de dezembro de 2019, dia em que a China informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) do surto em Wuhan. Desde então, Pequim tem sido perseguida por alegações de que encobriu a fase inicial e a origem da pandemia.
Oficialmente, a Itália não detetou o seu primeiro caso até finais de janeiro de 2020 e, semanas mais tarde, tornou-se o primeiro país ocidental a ser duramente atingido pelo novo coronavírus.
Os especialistas em saúde dizem que a erupção cutânea é um dos sintomas menos comuns da covid-19, juntamente com diarreia. A jovem italiana fez uma biopsia e os resultados da amostra foram mais tarde comparados com os dos doentes infetados.
Os resultados “levam-nos a acreditar que a nossa paciente pode representar o caso mais antigo de deteção do vírus” em Itália, escreveram os investigadores no British Journal of Dermatology. Mas “provavelmente, continuando a procurar, também o encontraríamos em amostras de outubro de 2019”, advertiu o investigador principal do estudo, citado pelo Daily Mail.
Em junho do ano passado, a jovem fez ainda um teste serológico que mostrou que tinha anticorpos, sugerindo que já tinha sido infetada e que já tinha recuperado da doença. A biópsia foi feita a 10 de novembro de 2019, de acordo com a imprensa italiana, um mês antes de o rapaz de quatro anos ter apresentado uma amostra que, posteriormente, foi confirmada como positiva para o SARS-CoV-2.