Covid-19: Há mais pessoas a confiar nos peritos do que no governo, mostra inquérito

Um inquérito internacional demonstrou que as pessoas aderem mais e têm mais confiança nas mensagens sobre a covid-19 partilhadas por peritos e especialistas do que nas informações dadas pelos governos ou por celebridades.

Por exemplo, nos Estados Unidos, os inquiridos preferiam ser informados pelo principal imunologista do país, Anthony Fauci, em vez de um porta-voz governamental ou celebridade, apontam os autores do inquérito publicado na revista Plos One.

Para melhor compreender o impacto e a eficácia das mensagens de saúde pública, um investigador da Universidade de Lausanne, na Suíça, juntamente com colegas do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Lausanne realizaram um inquérito a 12.194 pessoas em seis países, em março de 2020.

O inquérito incluía uma pergunta sobre a vontade dos participantes em partilharem uma mensagem de encorajamento ao distanciamento físico, apoiada por um dos quatro porta-vozes selecionados: o imunologista Anthony Fauci, o ator Tom Hanks (que tinha contraído recentemente covid-19), a celebridade Kim Kardashian ou um destacado funcionário do governo norte-americano.

Os investigadores descobriram que nos seis países onde conduziram o inquérito (Brasil, Itália, Coreia do Sul, Espanha, Suíça e Estados Unidos), os participantes relataram uma maior vontade de partilhar a mensagem de distanciamento físico se lhes fosse dito que era recomendada por Fauci, em comparação com qualquer um dos outros três porta-vozes.

Segundo os autores, estes resultados poderiam ajudar a orientar os governos a selecionarem os melhores porta-vozes, para transmitirem mensagens de saúde pública a fim de maximizar a sua eficácia.

“Entre os porta-vozes especialistas, governamentais e celebridades, o perito é, sem dúvida, o mais eficaz”, concluíram os investigadores. Neste sentido, “identificar e capacitar especialistas é uma componente-chave para uma comunicação eficaz de saúde pública durante a pandemia”, concluem.