Covid-19: Eurodeputado alemão exige que proibição de exportação de vacinas continue «em cima da mesa»

O eurodeputado alemão, Manfred Weber, lançou esta quarta-feira uma ameaça ao Reino Unido com a possibilidade de uma proibição de exportação de doses de vacinas da União Europeia (UE), de acordo com o jornal ‘Express’.

Em declarações aos deputados no Parlamento Europeu esta manhã, o responsável exigiu que a proibição estivesse «ainda cima da mesa», caso o Reino Unido se recusasse a enviar para doses da vacina AstraZeneca para a UE.

«Apoiamos a cooperação com os outros países, mas sem ser ingénuos como europeus», disse Weber no Parlamento. «Uma eventual proibição de exportação de vacinas produzidas na Europa deve manter-se em cima mesa, na nossa opinião», acrescentou.

O eurodeputado alemão concluiu ainda com uma questão: «Se o Reino Unido não está disposto a entregar doses para a Europa, por que deveríamos entregar doses para o Reino Unido?». Este discurso surgiu depois de a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter renovado o seu pedido de desculpas por impor limites à exportação de vacinas.

A responsável disse aos deputados na mesma ocasião, que «lamenta profundamente» ter cometido o erro de acionar o artigo 16 do acordo do Brexit no mês passado, que diz respeito a um mecanismo de controlo nas exportações de vacinas, ameaçando assim a entrega de doses para o Reino Unido e Irlanda do Norte.

Von der Leyen, fez também um balanço da estratégia da UE sobre a vacinação contra a covid-19, após várias polémicas com as empresas farmacêuticas, afirmando que Bruxelas tinha «subestimado a dificuldade em produzir vacinas» e admitindo ainda que o bloco «não estava onde queria estar no combate ao vírus».

«Não estamos hoje onde queríamos estar no combate ao vírus. Subestimámos a dificuldade em produzir vacinas [contra a covid-19]», reconheceu a Presidente da Comissão Europeia, que garantiu depois que não é intenção da UE restringir as empresas farmacêuticas que estão a honrar os contratos.

A responsável lembrou também que ainda não existe uma imagem ampla «sobre a eficácia dos tratamentos e das vacinas para as novas estirpes». O aparecimento de novas variantes do coronavírus, como é o caso da estirpe britânica, sul-africana e brasileira, têm levantado algumas preocupações, já que as novas mutações são mais contagiosas e podem afetar a eficácia das vacinas já desenvolvidas.

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