Covid-19: Estas são as lições que os países que estão na primeira vaga podem tirar dos que já estão na segunda

A principal lição que os países podem retirar da segunda vaga da pandemia da Covid-19 é “não baixar a guarda”, segundo os especialistas da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

“Com a chegada do verão e com a diminuição do número de casos, as restrições foram relaxadas” na Europa, afirmou à BBC o diretor do departamento de doenças transmissíveis da OPAS, Marcos Espinal. A segunda vaga da pandemia prendeu-se, em grande parte, com o relaxamento de medidas, de acordo com o perito.

“Na Europa, houve nitidamente uma primeira onda porque o número de casos cresceu rapidamente, em seguida foram adotadas medidas de contenção que levaram a uma diminuição das infeções. Durante alguns meses quase não houve casos. Mas logo que a economia foi reaberta, o verão chegou e aumentaram as viagens voltou a crescer o contágio e é por isso que se fala numa segunda onda”, explicou.

Neste sentido, a lição que os países que ainda estão na primeira vaga – essencialmente os países sul-americanos – podem tirar é não baixar os braços.

Apesar de o número de casos ter caído em várias regiões da América Latina, o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, considera que nenhuma delas conseguiu controlar efetivamente a transmissão do vírus, como aconteceu com alguns países europeus. “Quando olhamos para a média dos países, é como se estivessem numa primeira onda extensa que nunca acabou”, disse o especialista.

Uma lição já aprendida é que “em qualquer parte do mundo onde o vírus está presente, se as condições facilitarem a transmissão, o número de casos e de mortes aumenta”, acrescentou.

Além disso, “os casos aumentam muito mais rápido do que diminuem depois de as medidas serem tomadas”, o que implica ter de agir mais cedo, antes que o número de infeções dispare.

O resultado de “esperar uma semana antes de implementar alguma medida” é que “as pessoas terão que ficar confinadas por mais quatro semanas para compensar esse atraso”, salientou ainda o perito.