Covid-19: Eficácia da vacina da AstraZeneca sobe para 82% com três meses de intervalo, diz Oxford

A vacina contra a covid-19 da AstraZeneca e de Oxford mostrou uma eficácia de 82,4% com um intervalo de três meses entre as duas doses, de acordo com um novo estudo que reforça a decisão do Reino Unido de espaçar mais o intervalo entre as duas tomas, para vacinar o maior número de pessoas numa primeira fase.

A vacina também pode reduzir significativamente a transmissão do vírus, de acordo com a análise dos dados dos ensaios realizados pela Universidade de Oxford, que desenvolveu a vacina juntamente com a empresa farmacêutica britânica. As amostras retiradas dos voluntários no ensaio mostraram uma redução de 67% na transmissão após a primeira dose, mostrou o relatório.

O Reino Unido aprovou dar a primeira e segunda doses da vacina com intervalos de quatro a doze semanas, num esforço para ‘esticar’ os escassos fornecimentos enquanto o stock de vacinas é reforçado. A AstraZeneca tinha dito anteriormente que o intervalo mais longo, em comparação com o período de três a quatro semanas entre as doses recomendadas para outras vacinas, poderia também aumentar a eficácia.

A vacina também mostrou 76% de proteção após a primeira de duas tomas, de acordo com os novos dados. Este nível de imunidade foi alcançado após um período inicial de 22 dias a partir da primeira toma.

A vacina da AstraZeneca tinha mostrado uma eficácia média de 70% em resultados anteriores de ensaios clínicos alargados. Esses resultados provinham de dois subconjuntos, um dos quais proporcionou 62% de eficácia, o outro 90%, com diferentes níveis de dosagem nos dois grupos.

Quando o Reino Unido aprovou a vacina, em dezembro, os reguladores sinalizaram que a discrepância estava provavelmente mais ligada ao intervalo entre as doses do que ao nível de dosagem.

A União Europeia também aprovou a vacina, com França, Alemanha e outros países a restringirem a sua utilização em pessoas com mais de 65 anos, citando a falta de dados de ensaios em grupos etários mais velhos.

Os novos números divulgados esta terça-feira provêm de ensaios no Reino Unido, Brasil e África do Sul, informou ainda a Universidade de Oxford.