Covid-19: Efeitos colaterais da doença obrigam médicos a acompanhar doentes vários meses após recuperação
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia vai emitir uma norma sobre o seguimento de doentes covid que apresentam efeitos colaterais e continuados depois da infeção pelo novo coronavírus, também chamada ‘covid-19 prolongada’, avança a TSF.
Apesar de ainda não se saber se se trata de uma “doença pós-covid”, estes efeitos acontecem de forma “relativamente frequente”, principalmente nos pacientes que tiveram sintomas mais graves e nos doentes em unidades de cuidados intensivos (UCI), explica o presidente da Sociedade, António Morais.
Como explica à TSF, tratam-se de casos em que, depois de um paciente estar curado da covid-19, revela “alterações inflamatórias ou fibróticas nos pulmões, com queixas de menor tolerância ao esforço e menor capacidade respiratória”.
Neste sentido, perante as dúvidas e para terem algum tipo de orientação, os pneumologistas recorreram à sua sociedade científica e estão a preparar uma norma, que deve estar concluída nas próximas semanas. Trata-se de uma orientação que já existe em outros países e prevê que todos os doentes mais graves sejam seguidos três a seis meses após a infeção.
Ainda não se sabe se “as alterações funcionais e imagiológicas nos pulmões se vão transformar numa doença secundária crónica, uma espécie de doença pós-covid, que tem de ser tratada e monitorizada ao longo do resto da vida”, diz ainda António Morais.
Os sintomas mais comuns são falta de ar, nomeadamente dificuldades que antes não existiam para fazer uma caminhada.