Covid-19: Com escolas abertas quase 2,5 milhões de pessoas vão continuar em circulação

O Governo decidiu ontem manter todos os estabelecimentos de ensino em funcionamento, o que significa que todos os dias cerca de 2,5 milhões de pessoas vão continuar em circulação na via pública para se deslocar a estes espaços, avança o ‘Público’.

Segundo a mesma publicação, este número resulta da junção entre os cerca de dois milhões de alunos inscritos no sistema de ensino português de todos os níveis, bem como a comunidade docente e funcionários. Importa também juntar os pais, uma vez que cerca de 650 mil alunos têm menos de 10 anos e por isso muitos não são autónomos nas deslocações, precisando dos encarregados.

Ainda assim, para Jorge Ascensão, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), estes números não são preocupantes. Isto porque, com o confinamento geral, «o volume total de pessoas em circulação vai diminuir bastante», afirma citado pelo ‘Público’. Assim, os restantes que têm de circular, «vão poder fazê-lo com maior segurança», acrescenta.

O responsável sublinha que as escolas vão ser agora o foco principal das atenções nos próximos tempos, o que exige «cuidados redobrados» e «responsabilidade de todos os envolvidos», no sentido de contrariar o aumento das transmissões nestes espaços, obrigando «a que se volte para trás».

Assim, a Confap mostra-se «satisfeita» com a decisão de o Governo manter as escolas abertas, que segundo António Costa, «dividiu a comunidade científica, mas uniu a comunidade educativa».

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, revelou ontem que as escolas vão continuar abertas durante o novo confinamento. “Iremos manter em pleno funcionamento as escolas como até agora”, anunciou depois da reunião do Conselho de Ministros.

A possibilidade de suspender as aulas presenciais do 3.º ciclo e secundário chegou a estar em cima da mesa. Porém, acabou por prevalecer a apelo do ministro da Educação, que considerou que o custo de mandar os estudantes para casa era ainda mais alto.

«O número de surtos [nas escolas] no primeiro período foi diminuto», explicou ainda Costa, acrescentando que o número de casos no universo escolar não teve um «peso significativo». «A escola é um local seguro e sabemos que o ensino presencial é fundamental para a qualidade da aprendizagem», sublinhou.