Covid-19: AstraZeneca produz nova vacina até ao Outono para combater novas variantes
A Universidade de Oxford e a AstraZeneca pretendem ter uma nova vacina Covid pronta até ao outono para combater novas variantes do coronavírus, segundo o ‘Daily Mail’, que cita fontes próximas das duas empresas.
Evidências crescentes sugerem que mutações encontradas pela primeira vez na África do Sul e também no Reino Unido, entre outras, podem reduzir a atual eficácia das vacinas já existentes. Por esse motivo, os fabricantes de vacinas dizem que já estão a trabalhar na atualização dos seus fármacos, que precisam de ser extremamente específicos para oferecer uma maior proteção.
A equipa da Oxford/AstraZeneca, fabricante de uma das vacinas mais avançadas do mundo até agora, indica que a nova vacina estará pronta e produzida antes do final de 2021, pelo Outono, tal como confirmou o vice-presidente executivo da AstraZeneca, Mene Pangalos. “Queremos muito ter algo pronto até ao outono deste ano”, disse.
A atualização pode ser usada como um reforço para pessoas que já receberam uma vacina ou pode ser usada individualmente para aqueles que ainda não foram vacinados. Andrew Pollard, que lidera os novos estudos, disse que este será um “processo curto” em comparação com o anterior, de desenvolver um fármaco do zero.
“Acho que o trabalho real de projetar uma nova vacina é muito, muito rápido porque é essencialmente apenas trocar a sequência genética da proteína spike para as variantes atualizadas», explicou em conferência de imprensa esta terça-feira. “Depois, há a produção e também um estudo em pequena escala”, acrescentou.
Segundo o responsável, “tudo isto pode ser concluído num período muito curto de tempo, e o outono é realmente o momento de ter novas vacinas disponíveis para uso”. É provável que as vacinas tenham sido atualizadas para lidar com as variantes do coronavírus, porque produzem moléculas “superespecíficas” para atingir o vírus.
Uma das principais formas de o sistema imunológico destruir os vírus é através de anticorpos, contudo, estes geralmente são exclusivos de cada vírus individualmente e devem ser produzidos do zero. A vacinação de uma pessoa introduz uma parte do vírus no corpo para que o sistema imunológico possa moldar anticorpos e armazená-los caso entre em contato com o vírus real e vivo no futuro.
Quando o vírus sofre mutação e muda de forma – como aconteceu com a sua proteína spike em casos de coronavírus causados pela variante da África do Sul e os encontrados no Brasil e em Kent – esses anticorpos podem tornar-se desatualizados e menos bem-sucedidos em atingir o vírus.
Se o sistema imunológico tem uma linha de defesa mais fraca contra o vírus por esse motivo, aumenta o risco de as pessoas serem reinfectadas ou adoecerem, apesar de terem sido imunizadas. O desenvolvimento de novas vacinas com base nessa versão alterada do vírus deve conseguir ultrapassar esse problema.