Costa alerta Pequim que paz na Ucrânia tem de ser “justa e duradoura”

O presidente do Conselho Europeu alertou o presidente da China que a paz na Ucrânia tem de ser “compreensiva, justa e duradoura” ao anunciar uma cimeira em Bruxelas para abordar as relações entre Pequim e o bloco comunitário.

“Expressei que a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia ameaça a paz global. E enfatizei a necessidade de uma paz compreensiva, justa e duradoura”, escreveu António Costa, na rede social X, na tarde de terça-feira.

Depois de uma conversa telefónica com o presidente da China, Xi Jinping, António Costa anunciou também uma cimeira em Bruxelas este ano, ainda sem uma data concreta.

É a primeira cimeira presencial entre Pequim e a União Europeia (UE). A última foi em 2019 e a pandemia levou a uma interrupção destas reuniões.

Ainda não são conhecidos os assuntos que serão abordados, mas António Costa escreveu que a UE e a China “podem trabalhar em conjunto para debelar os desafios globais”.

A China já foi acusada pelos Estados Unidos de estar a auxiliar a Rússia no conflito que iniciou há três anos no território ucraniano, uma alegação que Pequim tem rejeitado.

No entanto, Moscovo é um dos principais aliados de Pequim. Apesar de a posição da China ser a de respeito pela integridade territorial da Ucrânia, o país também disse que estava preocupado com a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte e absteve-se em todas as resoluções das Nações Unidas que condenavam a invasão.

Apontando que o reforço da cooperação era um “sinal positivo para paz, estabilidade e prosperidade”, o presidente do Conselho Europeu também falou com Xi Jinping sobre as relações comerciais com a China

“A UE e a China são parceiros comerciais importantes. As nossas relações têm de feitas a partir de um ponto de equilíbrio”, comentou o ex-primeiro-ministro de Portugal.