Correos compra Rangel Express por 11 milhões

Foi hoje apresentada a Correos Express Portugal, o resultado da aquisição de 51% da Rangel Express por parte do grupo espanhol de serviços postais e encomendas Correos, numa operação de 11,2 milhões de euros.

Esta operação, que assinala o primeiro passo de internacionalização do grupo espanhol, visa consolidar a península ibérica como um único mercado.

«Decidimos escolher Portugal para dar início à expansão internacional. A necessidade de internacionalizar uma empresa com mais de três séculos de história fez-nos escolher o país vizinho. A Rangel, pela sua experiência e bom nome, é o parceiro ideal. Queremos, agora, desenvolver a rede de entregas em 24 horas mais rápida e eficiente da Península Ibérica», explica Juan Manuel Serrano, presidente da Correos, que anunciou um investimento de quatro milhões de euros, ao longo de três anos, destinados a tecnologia, a fim de automatizar processos na Rangel.

Para além da expansão ibérica, esta operação tem também em vista o crescimento do e-commerce em Portugal. «O mercado electrónico vai crescer no País. Talvez daqui a dois anos haja um maior dinamismo e, até lá, queremos ter preparada a melhor rede de entregas. Não conseguimos prever que o peso do e-commerce em Portugal chegue aos 20%, como em Espanha, mas irá aumentar, certamente, os 5% que representa actualmente», refere Juan Manuel Serrano.

Nuno Rangel, CEO da Rangel, vinca também a importância do crescimento do e-commerce e descreve este negócio como essencial para a maior competitividade da empresa. «Actualmente, 57% da população espanhola compra online vs 27% em Portugal. Em Espanha, só 37% dos consumidores faz compras além-fronteiras. Já em Portugal, esse número aumenta para 85%. Se apenas operarmos em Portugal, vamos ter algumas dificuldades. Esta operação permite-nos competir com os líderes do mercado, o que não conseguíamos fazer», sublinha.

Com esta operação, a empresa pretende, até 2023, duplicar os seis milhões de encomendas anuais, assim como duplicar a quota de mercado, que se cifra nos 6%.

Texto de Rafael Paiva Reis