Coreia do Norte praticamente duplicou arsenal nuclear no último ano, alertam especialistas

A Coreia do Norte aumentou o seu arsenal nuclear de 30 para 50 armas em 2023, denunciou um estudo do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), no seu Anuário 2024, que refere que Pyongyang “está a aumentar tanto o tamanho como a capacidade da sua força de mísseis balísticos, que consiste em sistemas de mísseis produzidos localmente com alcances de entre algumas centenas de quilómetros e mais de 12 mil quilómetros”.

Além disso, a Coreia do Norte possui “material físsil suficiente para atingir um total de 90 ogivas”, segundo o SIPRI, que destacou que o regime norte-coreano está a concentrar-se no desenvolvimento de um arsenal de armas nucleares táticas, que poderiam ser utilizadas no início de um conflito, permitindo ao agressor destruir alvos sem causar precipitação radioativa significativa.

Os números do SIPRI são aproximados e baseados em “cálculos da quantidade de material físsil – plutónio e urânio altamente enriquecido (HEU), o seu histórico de testes de armas nucleares, as suas forças de mísseis observáveis ​​e avaliações dos autores”.

“Embora os próprios relatórios da Coreia do Norte sobre o tamanho e as capacidades do seu arsenal devam ser tratados com algum ceticismo, as estimativas do SIPRI são um indicador mais fiável de onde pode estar este arsenal. O número de armas é um aspeto a considerar”, destaca Carrie Liu Carrier, cientista política da Texas Christian University, em declarações à revista ‘Newsweek’.

Desde 2006, a Coreia do Norte testou um dispositivo nuclear seis vezes e a política nuclear está profundamente enraizada na política e na cultura do país.

O relatório do SIPRI destaca ainda que o número de ogivas nucleares no mundo era de 12.121 em janeiro, abaixo das 12.512 do ano anterior. As principais potências nucleares são os Estados Unidos, a Rússia, a França, a Índia, o Reino Unido, a China, o Paquistão e Israel, sendo que os EUA e a Rússia detêm 90% de todas as armas nucleares.

O instituto sugere também que a Coreia do Norte tentará aumentar o seu arsenal nuclear este ano e há preocupações crescentes sobre a sua cooperação com a Rússia. Recorde-se que Vladimir Putin inicia hoje uma visita de dois dias à Coreia do Norte, a convite do líder norte-coreano, Kim Jong Un, naquela que é a primeira visita à Coreia do Norte em 24 anos.

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