Conflito Israel-Hamas: Comissária europeia alerta para “enorme risco” de ameaça terrorista aumentar na UE
A Comissária Europeia do Interior, Ylva Johansson, avisou que a guerra entre Israel e o Hamas terá graves consequências para a União Europeia (UE). “Existe um risco enorme de que a ameaça terrorista relacionada com o conflito aumente”, afirma a responsável.
Johansson alerta que pode haver “terroristas que venham para a UE, mas o maior risco é que as pessoas que estão aqui, já radicalizadas, possam cometer ataques”, em entrevista ao El País.
O ataque terrorista ocorrido na semana passada em Bruxelas, em que dois cidadãos suecos foram mortos a tiro, levou vários países, incluindo Portugal, a aumentar o nível de alerta para a ameaça terrorista, e lançou o debate sobre o tema em Bruxelas.
A comissária sustenta que foram intensificados os contacto com os ministros da Administração Interna dos Estados-membros, e que foram utilizadas cárias ferramentas de forma a assegurar uma melhor cooperação. “Não vamos ficar calados e aguardar que ocorra um ataque. Tentaremos ajudar os Estados-Membros a estarem preparados. Devemos prevenir, mas também proteger e agir”, afirma.
Para a responsável, as prioridades são aumentar a proteção e patrulhamento de locais públicos e locais de culto, sendo que Bruxelas está a avaliar com os 27 a necessidade de redirecionar fundos para enfrentar esta nova crise na UE.
A questão do conteúdos terroristas na Internet e nas redes sociais é também uma preocupação levantada por Ylva Johansson, uma situação que agrava o risco de radicalização. A comissária recorda que o “Hamas é pioneiro neste domínio, embora financie quase todas as suas atividades fora da UE”.
Assim, segundo relata, a UE está a constituir um grupo de peritos tendo em vista a sensibilização para a radicalização, num centro de estudos que funcione de forma permanente.
“Temos um problema com lobos solitários. Vemos cada vez mais e muitos deles radicalizados na Internet. E isso é mais difícil de ver antecipadamente”, lamenta a responsável, que aponta que uma importante resposta a esta ameaça é a promoção de uma maior “cooperação policial” entre Estados-membros.