Compra de ansiolíticos dispara em Portugal. Vendidas mais de 13 milhões de embalagens até outubro

O consumo de antidepressivos aumentou substancialmente nos primeiros oito meses de 2020, altura em que se venderam mais de 13 milhões de embalagens deste tipo de medicamentos, segundo dados disponibilizados pelo Infarmed ao ‘Correio da Manhã’ (CM).

Segundo a mesma publicação, nunca em três anos este valor foi tão elevado, uma tendência que se tem vindo a confirmar com o passar do tempo, nomeadamente em Junho, quando Portugal foi classificado como o quinto país da OCDE com maior consumo de antidepressivos.

Até Agosto, foram vendidas 6 690 164 embalagens de ansiolíticos e 6 463 275 de antidepressivos, para um valor total de 13 153 439 embalagens, revela o Infarmed, que detalha ainda que a comercialização destes fármacos sofreu uma redução ligeira relativamente ao ano passado (-2%, ou seja, menos 154 578 embalagens).

No entanto, a dispensa de caixas de antidepressivos foi superior à do mesmo período do ano passado, com uma subida de 4,7%, isto é, mais 289 452 caixas. Face a 2018 o consumo de antidepressivos aumentou 11,2%, tendo sido consumidas mais 650 711 embalagens.

O ‘Correio da Manhã’ (CM) adianta ainda que em Março de 2020, altura em que se iniciou o confinamento em Portugal, foram dispensadas cerca de 999 436 embalagens de antidepressivos e 937 060 caixas de ansiolíticos vendidos nas farmácias.

«As causas vão além do vírus: o isolamento, as limitações familiares e económicas, a exigência, a perda de liberdade e o facto de não vermos fim a tudo isto», explica a psiquiatra Ana Peixinho, coordenadora da Unidade de Psiquiatria do Hospital Lusíadas, citada pelo ‘CM’.