Como será o trabalho em 2025? Conheça as principais tendências deste ano explicadas por especialistas

O ManpowerGroup apresentou no Fórum Económico de Davos o estudo “Acelerar a Adaptabilidade”, destacando as principais tendências do mercado de trabalho para 2025, num cenário marcado pela rápida transformação digital, pela adoção da Inteligência Artificial (IA), pela transição verde e por uma crescente escassez de talento.

“Nestes últimos anos, a capacidade de adaptação revelou-se absolutamente fundamental para as empresas se manterem na vanguarda da inovação, da transição verde e da evolução nos modos de trabalho e preferências dos candidatos. Hoje, devido à contínua adoção da Inteligência Artificial, às alterações demográficas e à persistente escassez de talento, bem como a um cenário global extremamente volátil, as empresas precisam de acelerar ainda mais a adaptação, e delinear estratégias focadas no talento, por forma a assegurar uma transição benéfica para os negócios e para os trabalhadores. A aposta no desenvolvimento de competências, no bem-estar e no alargamento das bases de talento, com um foco na diversidade e inclusão, serão, neste âmbito, estratégias incontornáveis”, destaca Rui Teixeira, Diretor Geral do ManpowerGroup Portugal.

O estudo destaca quatro forças determinantes: Ampliação da Força de Trabalho, Novas Formas de Trabalhar, Transformação Digital e a Velocidade da Mudança Global, que se refletem em 16 tendências.

Mudanças demográficas e diversidade na força de trabalho

A geração Z e os Millennials, que juntos irão representar a maioria da força de trabalho até ao final da década, apresentam expectativas distintas. A geração Z valoriza a progressão de carreira e novas competências, mas enfrenta desafios em saúde mental e comunicação. Já os Millennials, frequentemente sobrecarregados, destacam o bem-estar e uma liderança ética como prioridades.

A presença feminina no mercado de trabalho também está a crescer, após retrocessos causados pela pandemia. Contudo, a desigualdade salarial persiste, com as mulheres a ganharem, em média, menos 20% do que os homens. Para responder a estas disparidades, o estudo sublinha a importância de estratégias de Diversidade, Equidade, Inclusão e Sentimento de Pertença (DEIB).

Flexibilidade e novos modelos de trabalho

A flexibilidade continua a ser uma das principais exigências dos trabalhadores, especialmente em modelos híbridos que promovem maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Por outro lado, as estratégias de “Rapid Talent Assembly” estão a ganhar força, combinando talento interno com freelancers e contratados por projeto para atender necessidades urgentes de competências críticas, como as relacionadas com a IA.

Impacto da transformação digital

A adoção de IA generativa cresce rapidamente, com quase metade das empresas já a utilizarem estas ferramentas e 21% a planear fazê-lo em breve. A tecnologia pode aumentar a produtividade em 40%, mas também revela a necessidade de desenvolvimento de competências, uma vez que muitos trabalhadores ainda não sabem como maximizar o seu potencial.

A cibersegurança é outro desafio destacado, com 4 milhões de vagas não preenchidas devido à escassez de talento. Com ataques cibernéticos em máximos históricos, as empresas enfrentam dificuldades em lidar com estas ameaças num cenário de transformação digital acelerada.

Sustentabilidade e a transição verde

A transição verde promete criar até 30 milhões de novos postos de trabalho até 2030. No entanto, 91% das empresas afirmam não ter o talento qualificado necessário para alcançar os seus objetivos de sustentabilidade. A utilização da IA e o investimento em competências verdes são apontados como soluções essenciais para enfrentar esta lacuna.

O estudo do ManpowerGroup reflete um mundo do trabalho em constante mudança, onde a adaptação, a inovação e o investimento no talento humano serão a chave para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades dos próximos anos.