Cinco anos depois: há ainda vários mistérios para resolver sobre o vírus da Covid-19
Há cinco anos, o mundo era ‘assaltado’ por um novo vírus misterioso que surgiu em Wuhan, na China, o que marcou o início de uma crise global de saúde. Inicialmente sem nome, o vírus e a doença que causou acabariam por desencadear uma pandemia global: a crise expôs as desigualdades gritantes nos sistemas de saúde do mundo e transformou a perceção público sobre a gestão de patógenos emergentes mortais – cinco anos volvidos, o vírus é amplamente conhecido com Covid-19.
O vírus ainda persiste, mas a imunidade generalizada de vacinas e infeções anteriores tornou-o menos letal do que nos estágios iniciais da pandemia: embora tenha deixado de constar entre as principais causas de morte, a sua evolução contínua exige monitorização vigilante pelos cientistas.
A Covid-19 terá provocado a morte de cerca de 20 milhões de pessoas globalmente: embora os países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) tenham relatado oficialmente mais de 7 milhões de mortes, acredita-se que o número real seja pelo menos três vezes maior, segundo estimativas da OMS.
Cientistas e farmacêuticas conseguiram desenvolver vacinas contra a Covid-19 em velocidade recorde, salvando dezenas de milhões de vidas globalmente. Essas vacinas tornaram-se a pedra angular dos esforços para restaurar a normalidade. Menos de um ano após a China identificar o novo vírus, os reguladores de saúde nos EUA e no Reino Unido aprovaram vacinas desenvolvidas pela Pfizer e Moderna. Essas descobertas foram possíveis por anos de pesquisa anterior, incluindo descobertas vencedoras do Prémio Nobel que foram fundamentais para o avanço da tecnologia de vacinas de mRNA.
No entanto, sobram mistérios sobre a Covid-19, indicou a revista ‘Newsweek’: as origens do vírus permanecem obscuras, embora os cientistas acreditem que provavelmente tenha tido origem em morcegos. Suspeita-se que tenha passado para outra espécie — possivelmente cães-guaxinins, gatos-civeta ou ratos-de-bambu — antes de infetar humanos. Os casos humanos iniciais surgiram no final de novembro de 2019, ligados a um mercado em Wuhan onde os animais eram manuseados e abatidos.
Essa via de transmissão é bem documentada e provavelmente foi responsável pela primeira epidemia de SARS. No entanto, permanece sem comprovação no caso do vírus da Covid-19. Somando-se à incerteza, Wuhan hospedou vários laboratórios de pesquisa especializados na recolha e estudo de coronavírus, gerando um debate contínuo sobre se o vírus poderia ter ‘escapado’ de uma dessas instalações.
Determinar as origens do vírus é um desafio científico complexo em qualquer circunstância, mas a tarefa se tornou ainda mais complicada por disputas políticas e acusações de investigadores internacionais de que a China ocultou evidências cruciais. A origem exata da pandemia pode permanecer um mistério pelos próximos anos, e é possível que nunca seja totalmente descoberta.