Cientistas desenvolvem nova vacina para combater uma das doenças mais mortais da história com receio de que possa voltar
A equipa responsável pela vacina AstraZeneca contra a Covid-19 está a trabalhar numa nova vacina para combater uma das doenças mais mortíferas da história, conforme crescem os receios de que esta possa regressar: nada menos do que a Peste Negra.
A praga atingiu a Grã-Bretanha pela primeira vez em 1348, depois de se ter espalhado para a Europa por pulgas em ratos a bordo de navios vindos da Ásia. Causada pela bactéria ‘Yersinia pestis’, a doença propaga-se quando as pulgas transferem a bactéria dos roedores para os humanos através de picadas.
Estima-se que a Peste Negra tenha eliminado mais de um terço da população da Grã-Bretanha em apenas um ano: de acordo com os cientistas, é possível que tenha ceifado mais de 200 milhões de vidas em surtos subsequentes ao longo da história.
Ainda hoje é temida, com os especialistas a alertar que ainda existe em algumas partes do mundo e tem “potencial de propagação de uma pandemia” num futuro próximo – especialmente porque a resistência aos antibióticos também está a aumentar.
De acordo com a equipa de investigação do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa de Porton Down (Reino Unido), os antibióticos tradicionais podem já não ser eficazes contra estas variantes de superbactérias. Nenhuma das vacinas atuais foi aprovada para utilização e a potenciais vacinas precisam de ser aceleradas “para prevenir futuros surtos desastrosos de peste”.
A equipa da vacina AstraZeneca estará a conseguir enormes progressos numa nova vacina que possa impedir o desenvolvimento da peste: nos ensaios iniciais, que envolveram 40 adultos saudáveis, a vacina foi considerada segura e capaz de produzir uma resposta imunitária contra a doença. “Não existem vacinas licenciadas contra a peste no Reino Unido”, explicou sir Andrew Pollard, diretor do grupo de desenvolvimento de vacinas. “Os antibióticos são o único tratamento”, referiu, acrescentando que “o risco no Reino Unido é atualmente muito baixo”.
As lições retiradas da pandemia da Covid-19 19 mostram a rapidez com que as doenças se podem propagar quando não são controladas. Em dezembro de 2020, a AstraZeneca anunciou que tinha “descoberto a fórmula vencedora” com a sua vacina de duas doses e estima-se que a vacina tenha salvo 6,3 milhões de vidas no ano seguinte.