China ‘imita’ em Taiwan as táticas de guerra híbrida da Rússia no Mar Báltico

A China tem adotado táticas de guerra híbrida semelhantes às usadas pela Rússia no mar Báltico, com o objetivo de desafiar Taiwan. Estas táticas envolvem sabotagens e o uso de “barcos fantasma”, uma prática que remonta à experiência da Rússia na região do mar Báltico e que tem vindo a ser aplicada com crescente intensidade na região do estreito de Taiwan.

Nos últimos meses, têm surgido relatórios sobre incidentes no estreito de Taiwan que indicam a utilização de táticas militares pouco convencionais por parte de Pequim. Entre as estratégias utilizadas, destacam-se os ataques clandestinos a infraestruturas críticas e os sabotagens a rotas de transporte marítimo, bem como o aumento do número de embarcações não identificadas, frequentemente referidas como “barcos fantasma”.

Esses barcos, que operam sem registro formal ou identificação, são usados para realizar missões de espionagem ou até sabotagem, perturbando o tráfego naval e minando a segurança da região. A utilização deste tipo de embarcações, muitas vezes de difícil rastreamento, é uma das características das estratégias de guerra híbrida que a China tem vindo a aplicar.

A inspiração nas táticas russas no mar Báltico

A Rússia já demonstrou a eficácia de táticas semelhantes no mar Báltico, onde usou operações de guerra híbrida, incluindo sabotagens e barcos não identificados, para criar um clima de insegurança nas águas da região. A crescente atividade militar russa no mar Báltico, muitas vezes associada a embarcações fantasma e ataques discretos a infraestruturas chave, tem sido apontada como uma inspiração para os métodos empregados pela China.

A Rússia tem sido acusada de usar barcos não identificados para lançar operações secretas, como a sabotagem de cabos submarinos de comunicação e a criação de bloqueios artificiais nas rotas comerciais, que acabam por afetar a economia e a segurança regional. Este tipo de abordagem estratégica, que combina forças militares convencionais e ações mais sub-reptícias, é agora replicado pela China em Taiwan.

Objetivos estratégicos e as tensões no estreito de Taiwan

O uso destas táticas visa enfraquecer as defesas de Taiwan e aumentar a pressão sobre as suas infraestruturas vitais. A China tem intensificado a sua presença militar na região, como parte de uma estratégia mais ampla para reforçar o seu domínio sobre o estreito de Taiwan e enfraquecer o apoio internacional à ilha.

Taiwan, que se considera uma nação soberana, é alvo da ambição territorial da China, que vê a ilha como parte do seu território, e tem tentado várias formas de pressionar a região a aceitar a reunificação com a China continental. A utilização de estratégias híbridas, como sabotagens e a mobilização de embarcações fantasma, é vista como uma forma da China exercer pressão sem recorrer diretamente ao uso de força militar convencional.

Este padrão de comportamento tem gerado preocupações não só em Taiwan, mas também em várias potências internacionais, que observam com apreensão o aumento das tensões na região. A utilização de métodos de guerra híbrida, que muitas vezes envolvem ações furtivas e de difícil atribuição, dificulta a resposta das nações visadas e complica a gestão diplomática da situação.

Da mesma forma, a crescente atividade militar chinesa em Taiwan e o uso de táticas de guerra híbrida têm o potencial de desencadear uma escalada de confrontos regionais, colocando em risco a estabilidade do Indo-Pacífico, uma área de importância estratégica vital para o comércio global e as relações internacionais.