Chega não vai viabilizar o estado de emergência na sexta-feira, afirma André Ventura
O Chega não vai viabilizar o estado de emergência na sexta-feira, informou o líder do partido, André Ventura, esta terça-feira à saída de uma reunião com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência e sobre o Orçamento do Estado para 2021, no Palácio de Belém, em Lisboa.
“O Chega sentiu-se defraudado com a conversa que teve com o Governo que aproveitou o estado de emergência para impor uma série de restrições absurdas, muitas vezes confusas, a mudá-las já dentro da execução”, afirmou.
“Deixamos claro ao Presidente da República que nada tem a ver com o decreto presidencial, tem a ver com o facto de nos termos sentidos enganados e defraudados no último estado de emergência”, explicou, acrescentando que o Governo “não vai contar mais com o Chega para isso”.
“Não iremos viabilizar o estado de emergência tal como proposto na sexta-feira”, afirmou. André Ventura criticou, principalmente, as restrições impostas ao setor da restauração e comércio, que considera “inadequadas” e “desproporcionadas”.
“Hoje entrou novamente na justiça uma ação do Chega para levantamento imediato das restrições aos restaurantes e ao comércio, sobretudo, ao fim-de-semana”, informou ainda. “Estamos a destruir o tecido económico e comercial e não estamos a contribuir para conter a pandemia”, acrescentou.
O líder do partido também se pronunciou sobre o Orçamento do Estado: “o Chega manifestou a sua preocupação com o Presidente da República em relação ao contexto. Os parceiros do Governo aparentemente estão desejosos de saltar fora do barco”, referindo-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP.
Ventura apontou ainda para a possibilidade de existir “uma crise política na votação final global do Orçamento”, o que é “o pior dos momentos para que isso aconteça”, atendendo ao contexto da pandemia. O Chega fez mais de 140 propostas de alteração ao Orçamento e mantém o seu voto contra, uma vez que “vai piorar a vida dos portugueses”, disse ainda André Ventura.
Marcelo Rebelo de Sousa começou a ouvir os partidos sobre a renovação do estado de emergência e sobre o Orçamento do Estado para 2021 esta terça-feira. Hoje são recebidos a Iniciativa Liberal, o Chega, o PEV e o PAN em audiências separadas. Esta quarta-feira serão recebidos o CDS-PP, o PCP, o Bloco de Esquerda e o PSD.