Cerca de 450 mil russos foram contratados para o exército no ano passado, revela vice-presidente do Conselho de Segurança

Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, revelou na passada sexta-feira que cerca de 450 mil pessoas assinaram contratos para integrar o exército russo em 2024. A declaração, feita através de uma publicação nas redes sociais oficiais, indica ainda que o objetivo do Kremlin é recrutar um número semelhante de soldados para o ano de 2025.

Medvedev também destacou que, além dos contratos militares, mais de 40 mil voluntários uniram-se a brigadas para combater na Ucrânia em 2024. Estes números refletem o esforço contínuo da Rússia para reforçar as suas capacidades militares num contexto de guerra prolongada com a Ucrânia.

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, o Kremlin tem apostado num aumento significativo das suas forças armadas, recorrendo tanto ao alistamento obrigatório como a contratos voluntários. A guerra, que já causou inúmeras baixas de ambos os lados, continua a ser o principal foco da política de defesa russa.

Rejeição à presença de forças de paz da NATO
Enquanto a Rússia reforça o seu exército, Moscovo mostrou-se veementemente contra a ideia de forças de paz da NATO serem enviadas para a Ucrânia em caso de um cessar-fogo. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que tal proposta seria “completamente inaceitável” e alertou para o risco de uma escalada descontrolada no conflito.

Em conferência de imprensa realizada a 23 de janeiro, Zakharova respondeu a declarações recentes de líderes europeus que sugeriram a possibilidade de enviar forças de paz para a Ucrânia. Entre eles estão o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.

Starmer afirmou, a 16 de janeiro, que o Reino Unido tem discutido a ideia com outros aliados, indicando a intenção de desempenhar um papel ativo caso a iniciativa avance. Por sua vez, Pistorius mencionou, numa entrevista a um jornal no dia 18, que a Alemanha, enquanto maior parceira da NATO na Europa, também estaria aberta a considerar a questão “em devido tempo”.

Apesar da rejeição a forças de paz da NATO, a Rússia reiterou a sua abertura para dialogar com os Estados Unidos sobre formas de encerrar rapidamente o conflito. No entanto, as tensões entre Moscovo e as potências ocidentais permanecem elevadas, dificultando avanços diplomáticos.

Por outro lado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sublinhou que seriam necessários pelo menos 200 mil soldados de forças de paz europeias para garantir a segurança e prevenir uma nova ofensiva russa após qualquer cessar-fogo. A proposta de Zelensky reflete a contínua preocupação de Kiev com a imprevisibilidade das intenções russas e a necessidade de uma proteção robusta.