Centenas de pessoas assinam queixa contra a polémica operação policial no Martim Moniz: documento vai ser entregue na Provedoria
A polémica operação policial no Martim Moniz, no passado dia 19, vai ser alvo de uma queixa destinada à provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral: de acordo com o ‘Diário de Notícias’, a queixa – que vai ser entregue no próximo dia 6 – já conta com centenas de subscrições, recolhidas através das redes sociais, sendo que os apoiantes consideraram a operação policial na Rua do Benformoso “desproporcionada e lesiva de princípios fundamentais do Estado de Direito”.
A iniciativa “surgiu da constatação de que na verdade a atuação policial daquele dia não foi proporcional e os métodos para operações daquela natureza não podem ser aqueles, sob pena de efetivamente estarmos a criar uma clivagem social e atentar contra a dignidade das pessoas”, apontou Bruno Maia, um dos dinamizadores da iniciativa, salientando ser necessário “pedir justiça”.
“Devemos reagir e pedir justiça para que no futuro não se repita”, apontou, negando que a queixa tenha qualquer relação partidária. “Não é por sermos de esquerda ou de direita. Qualquer pessoa que acredite na preservação da dignidade da pessoa humana não se pode rever naquela atuação policial. E é precisamente isso que temos visto na adesão a esta queixa.”
Entre os subscritores constam as deputadas Joana Mortágua, Isabel Moreira e Isabel Mendes Lopes, entre outros: estão também na lista Pilar del Río e representantes de comunidades migrantes, em particular Ajit Hansraj, vice-presidente cessante da Comunidade Hindu de Portugal.
Na queixa, pode ler-se que “encostar cidadãos à parede de forma ostensiva, sem indicação de suspeitas concretas de envolvimento em crimes, e adotando procedimentos invasivos, resulta numa atuação desnecessária e humilhante. A justificar-se uma intervenção na zona, esta nunca pode implicar uma atuação simbólica e individualmente vexante, quando a PSP tem ao seu dispor outros meios de atuação proporcionais e adequados”.