Caso BES. Juíza prepara prescrição de 14 crimes imputados a Ricardo Salgado

Ricardo Salgado pode ver cair 14 dos 65 crimes de que está acusado no Caso BES até ao final do primeiro trimestre de 2025: esta semana, relatou o canal televisivo ‘Now’, a juíza presidente do coletivo, Helena Susano, notificou os arguidos e assistentes para se pronunciarem sobre a prescrição de vários crimes de vários arguidos no processo.

A decisão da juíza encontra sustentação num levantamento do Ministério Público durante a fase de instrução, que indicou a possibilidade de prescrição de vários crimes até 2025.

Já há dois crimes de falsificação de documentos e um de infidelidade já prescritos a Ricardo Salgado desde agosto: entre novembro e dezembro haverá mais três de falsificação de documentos – entre janeiro e março de 2025, há mais nove crimes de falsificação e infidelidade que vão cair.

Já sobre Morais Pires, ex-braço-direito de Ricardo Salgado, é apontada a prescrição de quatro crimes (dos 25 de que está acusado), enquanto o antigo contabilista do Grupo Espírito Santo na Suíça, Francisco Machado da Cruz, também já tem crimes prescritos e outros que prescreverão nos últimos meses de 2024 e no início de 2025.

Sem estes crimes, Ricardo Salgado e outros arguidos serão julgados por associação criminosa, burla qualificada, branqueamento de capitais e corrupção no setor privado.

A juíza Helena Susano deverá arrancar com o julgamento em outubro, a um ritmo de quatro sessões por semana, intercalada por uma semana com apenas uma audiência – há 93 sessões marcadas até 9 de julho do próximo ano.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.