Caótico e saturado: Excesso de turismo vai ser “abrasador” no próximo verão, e Portugal não vai escapar

Em 2024, o turismo excessivo continuou a dominar as manchetes, com as autoridades e moradores de destinos turísticos populares a procurarem formas de controlar o número crescente de visitantes.

A pressão sobre locais como Veneza, Barcelona e Amsterdão levou à implementação de novas regulamentações, taxas e até protestos, com incidentes como moradores a borrifarem turistas com pistolas de água em Barcelona.

Paula Vlamings, diretora da organização sem fins lucrativos Tourism Cares, alertou para a necessidade de uma abordagem mais sustentável na gestão do turismo. “Toda a indústria precisa ser muito mais proativa”, afirmou à CNN Travel, destacando a importância de criar estratégias que deem resposta tanto aos turistas quanto às comunidades locais.

As soluções incluem desde a introdução de taxas de acesso em locais como Veneza, que deve aplicar uma nova taxa durante o feriado da Páscoa de 2025, até à proibição de navios de cruzeiro em centros históricos. Além disso, cidades como Nova York e Barcelona estão a impor restrições ao Airbnb, visando combater o impacto dos arrendamentos de curta duração.

Entretanto, apesar das tentativas de controlo, os números de turistas continuam a crescer. Em 2024, a Europa viu um aumento de 12% nas chegadas de visitantes, superando os números de 2019. Portugal, que também enfrenta desafios relacionados ao turismo excessivo, registou um aumento de 26% nas chegadas de turistas.

Especialistas, como Audrey Scott da Uncornered Market, acreditam que, apesar das mudanças positivas, a saturação das grandes cidades continuará a ser um problema em 2025. “Em 2025, muitos desses lugares populares ainda enfrentarão alguns dos mesmos desafios”, afirmou à CNN.

A chave para resolver o problema do turismo excessivo parece ser um equilíbrio entre atrair turistas e proteger os recursos locais. Muitas cidades estão a mudar a sua abordagem de marketing de destinos, focando agora num modelo de gestão que considere o bem-estar da comunidade local e a sustentabilidade a longo prazo. Barcelona, por exemplo, mudou seu slogan turístico de “Visite Barcelona” para “Isto é Barcelona”, incentivando uma relação mais equilibrada entre turistas e moradores.

Enquanto isso, outras alternativas estão a ganhar destaque. Cidades como Antuérpia, na Bélgica, e o programa “CopenPay” de Copenhaga oferecem soluções inovadoras para reduzir o impacto das multidões e incentivar uma experiência mais sustentável para os turistas.