Caos no SNS: Mais de 7.300 diagnósticos de infeções respiratórias nas urgências nos primeiros quatro dias do ano

Nos primeiros quatro dias do ano, mais de 7300 episódios de urgência nos hospitais portugueses foram diagnosticados como infeções respiratórias, incluindo casos de gripe. Este número representa cerca de 12% das mais de 63 mil urgências registadas entre 1 e 4 de janeiro, com um impacto significativo nos serviços de saúde, especialmente nas regiões do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

De acordo com dados do Portal da Transparência do SNS, citados pelo Correio da Manhã, a região de Lisboa e Vale do Tejo liderou o número de atendimentos relacionados com problemas respiratórios, ultrapassando os 3000 casos. A região Norte contabilizou mais de 2800 episódios. O dia 2 de janeiro, uma quinta-feira, revelou-se o mais crítico, com 2243 atendimentos hospitalares por síndrome gripal, sendo mais de 900 registados nos hospitais da região LVT. Nessa data, as infeções respiratórias representaram 16,15% de todas as urgências na área.

As temperaturas frias das últimas duas semanas foram apontadas como uma das principais causas deste aumento de casos. Este cenário contribuiu para uma maior pressão nos serviços de urgência, que enfrentaram tempos de espera mais prolongados, sobretudo durante o fim de semana.

Em algumas unidades hospitalares, os doentes com pulseira amarela (classificação que indica urgência) tiveram de esperar mais de 17 horas para serem atendidos. Contudo, ontem, durante a tarde, os tempos de espera já haviam diminuído significativamente em comparação com o fim de semana.

Entre os hospitais com maiores tempos de espera para casos urgentes destacaram-se o Amadora-Sintra (3h49), Portimão (3h37), Loures (2h55) e Almada (2h43). Estes números refletem o impacto das infeções respiratórias na capacidade de resposta dos serviços de urgência, exigindo ajustes para enfrentar o pico sazonal de procura.

A situação dos últimos dias confirma a pressão crescente que o inverno exerce sobre os sistemas de saúde, sublinhando a importância de estratégias preventivas e reforço nos recursos humanos e materiais para lidar com a elevada procura nos hospitais.