Caos nas Urgências: Santa Maria reforça capacidade com novas camas para doenças respiratórias e internamentos de proximidade a partir de hoje

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, anunciou a abertura de novas camas para responder ao aumento da procura nos serviços de urgência. A partir desta segunda-feira, estarão disponíveis mais dez camas dedicadas a pacientes com doenças respiratórias, bem como 25 camas de proximidade para internamento. A medida surge num contexto de elevada afluência, com tempos de espera que chegaram a atingir 17 horas para doentes classificados com pulseira amarela.

Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Santa Maria, explicou que o elevado número de admissões registado no último fim de semana resultou de uma “situação anómala”. No domingo, o hospital recebeu mais pacientes do que no dia anterior, que totalizou cerca de 400 atendimentos na urgência central. Segundo Martins, o aumento foi superior ao habitual nas últimas semanas, com a chegada de doentes mais complexos e provenientes da área de responsabilidade do hospital.

“Quando alguém está em dificuldades, a rede tem de funcionar, somos um hospital fim de linha”, afirmou Carlos Martins, sublinhando que o crescimento das admissões está dentro do esperado para esta época do ano.

Questionado sobre os longos tempos de espera, Carlos Martins rejeitou que a situação se deva a uma escassez de médicos. “Não temos falta de médicos, os meios estão a funcionar”, garantiu, acrescentando que várias unidades da rede de saúde da ULS de Santa Maria estão operacionais. “Em Mafra, o Serviço de Atendimento Complementar (SAC) está a funcionar, em Sete Rios temos o atendimento complementar, e as nossas três urgências estão operacionais com capacidade de internamento”, reforçou.

O presidente da ULS assegurou que o plano de inverno, desenhado durante o verão e testado em setembro, está a ser implementado com eficácia. Apesar da situação desafiante, Carlos Martins afirmou que, por enquanto, não será necessário ativar a primeira fase do plano de contingência, mas a possibilidade não está descartada caso a situação se agrave.

Este reforço na capacidade de resposta do Hospital de Santa Maria surge como parte de um esforço mais amplo para garantir que o sistema de saúde lida adequadamente com o aumento sazonal de casos, especialmente com o agravamento das condições meteorológicas e a circulação de vírus respiratórios.