Cabaz de alimentos essenciais subiu de preço na última semana…E o azeite é um dos ‘culpados’ (aumentou acima dos dois dígitos)

O cabaz de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROTESTE subiu de preço na última semana, após uma descida na anterior. Assim, o conjunto de produtos considerado custava esta quarta-feira 225,11 euros, mais 0,48 euros do que há uma semana (+0,21%).

Comparando com o início de 2024, o cabaz está 10,93 euros mais barato. Mas, se olharmos ao período homólogo do ano anterior, verifica-se uma subida de preço em 18,76 euros.

Brócolos, esparguete e azeite são os ‘campeões’ de aumentos da semana

Observando apenas a última semana, de 28 de agosto a 4 de setembro, os produtos que mais tinham subido de preço foram os seguintes: brócolos (16%), esparguete (15%), azeite virgem extra (13%), alface frisada (9%), cenoura (7%), curgete (7%), atum posta em azeite (5%), arroz agulha (5%), bacalhau graúdo (5%) e perca do Nilo (4%).

Olhando a categorias de produtos, os maiores aumentos percentuais, desde o início da guerra, foram registados na mercearia (32,14%, mais 13,55 euros) e na carne (27,63%, mais 8,91 euros).

Atum posta em azeite lidera aumentos desde início do ano

Comparando os preços do cabaz da última semana com o mesmo conjunto de produtos adquiridos no início de 2024, verifica-se que foram os seguintes produtos os que registaram maior incremento de preço: atum posta em azeite (23%), flocos de cereais (11%), maçã gala (9%), carne de novilho para cozer (8%), arroz agulha (8%), alho seco (6%), lombo de porco (6%), dourada (6%), óleo alimentar (5%) e carcaça tradicional (5%).

Taxa de inflação abranda em agosto
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação do País começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4 por cento. Já no arranque de 2024, voltou a aumentar. Em agosto, de acordo com as estimativas do INE, voltou a descer para 1,9%, menos 0,6% face aos 2,5% de julho.

Preço do cabaz desceu 2,16 euros desde o fim do IVA zero
Para conter a subida dos preços na alimentação, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal.

De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA num cabaz alimentar com 41 alimentos, a 4 de janeiro, a cesta de bens essenciais viu o seu preço descer 2,16 euros (menos 1,52%), de 141,97 euros para 139,82 euros, a 4 de setembro.

As contas da organização de defesa do consumidor revelam que o atum posta em azeite, o arroz agulha e o óleo alimentar foram os produtos que registaram as maiores subidas de preço desde que o IVA zero chegou ao fim, com aumentos de 23%, 10% e 9%, respetivamente.